Inteligência artificial permite reconhecimento individual de animais com elevada precisão; tecnologia está em fase final de ajustes
Por Ariosto Mesquita
Em 2017, quando começou a acompanhar o doutorado de sua esposa, que propunha um modelo de previsão de peso de bovinos através da utilização de imagens, ele percebeu que poderia ir além. E foi. Atualmente, o analista de sistemas Fabrício de Lima Weber trabalha seis horas por dia, exclusivamente para dar retoques finais na validação de uma tecnologia que possibilita a identificação individual de animais por imagem corporal.
Sua dedicação é embalada nos resultados obtidos na pesquisa que fundamentou tese de mestrado defendida em 2020, quando obteve taxas de precisão entre 98% e 99% no reconhecimento de bovinos pantaneiros por inteligência artificial.
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Diante desses resultados, conseguiu ampliar a pesquisa para raças comerciais. Neste ano, vem rodando a tecnologia em um rebanho Angus e alguns animais mestiços, numa propriedade em Maracaju, MS, e deve fazer o mesmo com animais Nelore, no Pantanal. O objetivo, a médio prazo, é patentear a invenção e licenciar parceiros para a prestação de serviços pelo Brasil.
Dentre as aplicações práticas, Weber acredita que seu modelo poderá complementar ou até mesmo substituir os
atuais sistemas de identificação de bovinos, feitos à base de brincos, chips, tatuagens e marcações.
“Acredito muito nisso, com a vantagem do potencial de um serviço mais barato e preciso. Vejo também chances de ser utilizado para agilizar a emissão de GTAs e, quem sabe, para identificação individual via celular em feiras e leilões. A mente vai longe com relação às possíveis colocações desta tecnologia no mercado”, entusiasma-se.