Com um procedimento operacional padrão para máquinas, a Fazenda Alegria, do MT, conseguiu economizar 30% com manutenção e ganhar eficiência
Por Denis Cardoso
Reduzir os custos com manutenção e consertos de máquinas é uma das tarefas mais desafiadoras para qualquer propriedade, especialmente aquelas que investem pesadamente em tecnificação e intensificação da produção pecuária. É o caso da Fazenda Alegria, de Pedra Preta (MT), pertencente ao pecuarista Milton Aguiar Ribeiro Neto, que registra uma história de sucesso ao cortar significativamente as despesas com manutenção e operação de maquinários usando um recurso simples: os POPs (Procedimentos Operacionais Padrão).
Já bastante difundidos no segmento industrial, essas ferramentas gerenciais têm por objetivo padronizar processos, o que simplifica tarefas, reduz erros ou esquecimentos e aumenta o nível de engajamento dos funcionários.
“Descobrimos que nossos principais gargalos estavam relacionados ao mau uso das máquinas, que geravam desembolsos exorbitantes com manutenção e aquisição de peças, comprometendo seriamente os resultados gerais”, conta a zootecnista Débora Freitas, gestora da Fazenda Alegria, especializada em recria/engorda.
São 268 ha de pastos rotacionados, que alojam quase 1.200 cabeças. Os animais são terminados em confinamento próprio e enviados para abate precocemente, aos 28-30 meses de idade, tendo como principal destino o mercado chinês.
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Segundo Débora, a propriedade constatou o problema de gastos excessivos na área de maquinários quando teve seus dados esmiuçados pelo Programa Fazenda Nota 10 (FN10), conduzido pela JBS/Friboi com metodologia do Instituto Inttegra. Com participação de 350 fazendas, esse programa visa o fortalecimento do negócio pecuário a partir da avaliação de indicadores de produtividade, gestão de informações estratégicas, comparação de resultados (benchmarking) e capacitação das equipes.
“Por meio desse trabalho, descobrimos que nosso desembolso mensal com manutenção e conserto de máquinas era significativamente superior ao da média das fazendas participantes do programa”, destaca a zootecnista.
“No primeiro trimestre da safra passada (junho/setembro de 2020), quando participamos, pela primeira vez, do benchmarking, nosso desembolso total (custos fixos e variáveis, além de investimentos) era de R$ 303/cabeça/mês, enquanto o gasto médio com esse item das demais fazendas era de R$ 70/cabeça/mês. A partir dessa constatação, resolvemos agir de imediato, criando um POP específico para o segmento de máquinas”, acrescenta Débora.