Novos produtos lácteos conquistam espaço no Brasil

Ainda considerados um nicho de mercado, tendência é de crescimento acelerado no consumo

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Sem lactose, funcionais, com redução de gordura e açúcar, sem conservantes químicos e corantes artificiais, com probióticos, turbinados com vitaminas, fibras, e nutrientes como whey protein. Os chamados lácteos saudáveis já são tendência em vários países europeus e nos EUA. No Brasil eles caíram no gosto dos consumidores e conquistam cada vez mais as prateleiras dos estabelecimentos, apesar de ainda serem considerados um nicho de mercado.

Os lácteos saudáveis são um desdobramento da busca por uma melhor alimentação iniciada há 20 anos no Brasil e que avança a passos largos no final desta década. A pesquisa nacional “A Mesa dos Brasileiros”, da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), indica que oito em cada dez brasileiros se esforçam para ter uma alimentação saudável e 71% das pessoas estão dispostas a pagar mais caro por isso.


Outro estudo intitulado “Brasil Dairy Trends 2020 – Tendências do Mercado de Produtos Lácteos”, publicado pelo Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), elencou as macrotendências com base em várias pesquisas. A publicação indica que as gerações Y e Z deverão predominar no mercado nas próximas décadas, o que irá exigir muita transparência da indústria de alimentos devido à sua habilidade de usar informação para conhecer a composição, modo de processamento e origem dos produtos que consome. “O consumidor brasileiro está cada vez mais crítico com aquilo que ingere e preocupado com o seu bem-estar”, escrevem os autores que integram o Tecnolat (Centro de Tecnologia de Laticínios), um dos principais centros de pesquisa tecnológico e analítico na área de leite e derivados do país.

Entre as macrotendências detectadas neste estudo estão a densidade nutricional e conveniência, que visa o enriquecimento da dieta; de controle e adequação, o que leva até consumidores que não têm intolerância à lactose a evitar a ingestão desse produto; a macrotendência premium, que valoriza itens como frescor e fabricação artesanal; e a macrotendência de sustentabilidade e naturalidade. A primeira é determinada pelo interesse dos consumidores pelo consumo consciente, pelo comportamento ético e responsabilidade, e a segunda, pela rejeição dos produtos elaborados com leite proveniente da agropecuária tradicional.

Especialistas
Segundo Rafael Ribeiro de Lima Filho, zootecnista e consultor de mercado da Scot Consultoria, o consumo de lácteos com maior valor agregado é uma tendência, entretanto, por ora é um nicho no Brasil. O especialista diz acreditar no crescimento deste segmento nos próximos anos no Brasil, principalmente se a renda voltar a crescer. “Do lado da demanda, temos visto uma maior procura pelo consumidor de média a alta renda”, afirma.

Um ponto que Lima Filho destaca é a busca do consumidor por um leite de maior qualidade. Essa tendência força a indústria a procurar uma matéria-prima melhor (leite cru) no mercado e esse processamento acaba por gerar um rendimento maior. O produtor também sai ganhando, já que recebe ágios e bonificações por entregar um produto de mais qualidade.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que a produção do leite estacionou nos últimos quatro anos no Brasil na esteira da crise econômica. Para Lima Filho, há espaço para crescimento, já que atualmente a média consumida por habitante no país é de 170 litros de leite/ano, abaixo dos 210 litros/ano recomendados pelos órgãos de saúde. “A população precisa se alimentar direito antes de trocar a proteína. Um iogurte normal custa de R$ 2 a R$ 4. Já um com whey protein pode chegar a R$ 10. Apesar disso, o segmento agropecuário já tem ciência do que precisa ser feito e os principais laticínios já estão se movimentando nesse sentido”, disse.

Na opinião do analista de mercado da Agripoint, Valter Galan, mercado de produtos das linhas zero lactose e à base de soro (whey) já é uma tendência observada para diferentes tipos de público, principalmente aqueles consumidores que associam exercícios físicos e nutrição. “São linhas de produtos que, num primeiro momento, absorvem uma parte menor da produção nacional. No entanto, caso o crescimento seja significativo, poderão ser mais relevantes no futuro”, afirma.

Aposta no saudável
Uma das empresas que já se movimentaram nesse sentido foi a Verde Campo. Há 20 anos no mercado, a empresa nascida do sul de Minas Gerais hoje é referência em produtos lácteos saudáveis. Ela foi a primeira a disponibilizar no mercado brasileiro iogurtes diet e light. Em 2011, decidiu lançar a primeira linha sem lactose no Brasil, a LACFREE, que se tornou sinônimo da categoria. Hoje o carro chefe da empresa é a linha Natural Whey, composta por iogurtes e shakes com até 70% de sua composição proteica vinda do whey.

“A chave de nosso sucesso foi trabalhar com paixão para criar produtos pioneiros e atender a demanda crescente dos consumidores por produtos saudáveis e funcionais muito antes do tema estar em voga. Mais do que isso, nossa preocupação sempre foi oferecer produtos especiais, que quiséssemos consumir. Por isso, nunca abrimos mão de só produzir com leite fresco, recebido diariamente dos pecuaristas da região, que acompanhamos, capacitamos e certificamos”, explica Alessandro Rios, presidente do Conselho da Verde Campo.

Desde 2016 a empresa integra o portfólio da Coca Cola Brasil. A aposta nos lácteos saudáveis foi mais do que acertada e reposicionou a empresa nacionalmente. Hoje a Verde Campo cresce dois dígitos por ano e dobra o seu tamanho a cada três anos. Até no final de 2019, deverá colocar no mercado 15 novos produtos. “Tínhamos uma linha de produtos únicos que nos abriu as portas nos varejos do País. E fizemos um planejamento estratégico para expandir nossa distribuição para o Brasil inteiro”, diz Rios.

Essas e outras soluções que atendem com precisão às necessidades das indústrias de Alimentos, Bebidas e Embalagens no Brasil e na América Latina estarão na INTECHTRA, nova feira técnica promovida pela Messe München do Brasil, que acontecerá entre os dias 31 de março e 3 de abril de 2020 no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento reunirá expositores nacionais e internacionais dos setores de tecnologias para envase e embalagem, processamento de alimentos e bebidas, automação, matérias-primas, ingredientes, componentes e soluções logísticas.

 

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