No terceiro e último artigo sobre controle de pragas em pastagens, o zootecnista Adilson Aguiar põe foco exclusivo no combate às cigarrinhas
Por Adilson de Paula Almeida Aguiar – Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação do Rehagro e das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu); consultor associado da Consupec (Consultoria e Planejamento Pecuário), de MG, e investidor nas atividades de pecuária de corte e leite.
Neste terceiro e último artigo sobre pragas de pastagens, vamos nos concentrar na principal delas: as cigarrinhas, com destaque para as espécies Aeneolamia selecta, Deois flavopicta, D. incompleta, D. schach, Notozulia entreriana (típicas de gramíneas forrageiras) e Mahanarva fimbriolata, M. posticata e M. spectabilis, que são dos canaviais, mas também atacam capins. As cigarrinhas possuem três fases de vida: ovo, ninfa e adulto, este último responsável pelos maiores danos.
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As plantas atacadas apresentam aspecto “queimado”, em função das substâncias tóxicas injetadas pelos insetos. Os principais prejuízos observados são: redução na produção de forragem e no crescimento das raízes; queda no valor nutritivo da forragem e aumento de até 60% na presença de invasoras. Nenhum método de manejo ou controle isoladamente é eficaz, sendo recomendada a adoção do manejo integrado de pragas (MIP), que inclui o uso de cultivares resistentes, práticas preventivas e culturais como descrito a seguir:
Gramíneas resistentes – São consideradas resistentes às cigarrinhas do gênero Deois spp (típicas de pastagens) as cultivares Humidícola comum, Mulato 2, Massai, Mombaça, Tamani, Tanzânia e Zuri. Os capins Marandu, MG4, Piatã, Xaraés, Dictyoneura, Aruana e gramas do gênero Cynodon sp são moderadamente resistentes a esses insetos, enquanto o Paiaguás, o B. decumbens e o B. ruziziensis são susceptíveis.
Já os capins humidicola comum, Aruana, Massai, Tamani, Tanzânia e Zuri são classificados como resistente às cigarrinhas do gênero Mahanarva sp; o Marandu, MG4, Mulato 2, Dictyoneura, gramas do gênero Cynodon sp e Mombaça, moderadamente resistentes, e a Paiaguás, Piatã, Xaraés, B. decumbens e a B. ruziziensis, susceptíveis.
Há que se avaliar criticamente essas classificações, porque a resistência geralmente é específica, ou seja, um determinado genótipo pode ser resistente a uma determinada espécie de cigarrinha, mas, na mesma condição, ser suscetível a outras espécies. Por isso, a orientação é evitar monocultivos, para minimizar os danos causados pelas cigarrinhas.