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Revista DBO

O nome é “Carioca”, mas a carne gourmet é do Pará

Genética, fartura de pasto e terminação com ração garantem oferta de produto diferenciado para público mais exigente da região Norte

Lote de novilhas Brangus terminadas na Fazenda Carioca, em Castanhal. Fotos: Igor Cordeiro

Por Ariosto Mesquita

Muita disciplina, equilíbrio sanguíneo no rebanho, foco em precocidade e uso de tecnologia para estabelecer uma escala de abate semanal contínua ao longo do ano. Com esses e outros predicados, os sócios Altair Burlamaqui e Brenno Borges fizeram da Fazenda Carioca uma referência em carne de qualidade no Pará.

Com 1.100 hectares de área total, sendo 600 ha de pastagens, a propriedade, localizada em Castanhal, PA, desde 2018 vem entregando uma média anual de 1.500 carcaças de novilhas Brangus, com idade inferior a 24 meses, diretamente a parceiros comerciais na capital, Belém e, mais recentemente, para municípios próximos. Mais do que isso, desloca equipes para treinar a desossa gourmet nesses estabelecimentos, privilegiando cortes nobres “sob demanda” e autorizando o uso de marcas próprias, mas sempre estampando a chancela “Fazenda Carioca”.

Até 2020, a propriedade adquiria todas as bezerras meio-sangue Angus/Nelore para recriar e terminar em semiconfinamento. Mas para reduzir a dependência do mercado de reposição e reforçar o padrão final da carne, se decidiu pela introdução gradual da cria no sistema, desafiando fêmeas F1 Angus de peso médio de 10 arrobas com sêmen de Brangus oriundo de touros direcionados para marmoreio, área de olho de lombo e acabamento de gordura.

A primeira bezerrada (pouco mais de 100 cabeças) nasceu ano passado. “São animais com aproximadamente 70% de sangue Angus”, explica Burlamaqui. Para 2021 são esperados 400 nascimentos com esta configuração.

A padronização e os resultados da Fazenda Carioca avançaram a partir da introdução do serviço de ultrassonografia de carcaça (feito pela DGT Brasil, de Presidente Prudente, SP) há pouco mais de dois anos. A ferramenta (mediante uso do software BIA – Bovine Image Analysis) é utilizada para predizer o desenvolvimento de grupos de animais por meio da expressão de algumas características.

Altair Burlamaqui, Sócio-proprietário da Fazenda Carioca.

“A cada entrada de 1.000 animais (de compra) chamo a equipe técnica para fazer o trabalho e montar a escala de abate destas novilhas. Usar este serviço em grupos grandes dilui o custo indireto com passagem aérea, alimentação e hospedagem do grupo, por exemplo. O custo da ferramenta permanece o mesmo, mas é vantajoso”, garante.

O pecuarista (também dono de uma empresa de insumos na região metropolitana de Belém), que é paraense, evita falar em valores nominais de desembolso na ultrassonografia, mas faz uma correlação pertinente:

“Este tipo de serviço, por animal, é equivalente ao que eu pagaria por uma diária em confinamento. Quando retiro uma novilha 10 ou 20 dias antes do que normalmente faria sem o uso da ferramenta, eu tenho um ganho absurdo, principalmente em um momento de insumos caros. Com apenas um dia de diferença eu já pago a ferramenta. Acima disso passo, entre aspas, a ter um lucro, uma vez que este animal deixará de consumir ração, pois sai no momento certo para o frigorífico”.

Para monitorar os resultados, todos os abates são fotografados, o que permite uma avaliação da padronização das carcaças. Segundo Burlamaqui, a média de rendimento de carcaça foi de 52,6% em 2018, 52,9% em 2020 e já bate a casa de 54,1% em 2021. Com a ativação, ainda este ano, de um confinamento com capacidade estática para 600 animais, este indicador pode ganhar mais força.

“Dentro do nosso sistema produtivo, cada ponto percentual em rendimento de carcaça acima da nossa média, corresponde a um lucro líquido de aproximadamente R$ 100/cabeça”, observa.

Segundo ele, a evolução dos resultados nos últimos anos permitiu que esta lucratividade média da propriedade fosse de R$ 1.050/ha/útil em 2020, com projeção de beliscar a marca dos R$ 1.500/ha/útil em 2021: “É o que almejamos”.

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