Fazenda Bougheville torna-se modelo de pastejo rotacionado em área íngreme no sul da Bahia, obtendo lucro médio de R$ 1.300/ha na recria
Por Carolina Rodrigues
Estruturar um projeto de pastejo rotacionado morro acima. Essa foi a solução encontrada pela Rehagro Consultoria para remodelar o negócio do empresário Jordan Bergton Andrade, dono da Fazenda Bougheville, em Firmino Alves (BA), no sul da Bahia. Descontente com os resultados obtidos nas últimas safras de bois, ele decidiu “rotacionar para lucrar”.
A visão de empreendedor veio do ramo atacadista de alimentos, ao qual se dedica há 30 anos e que, desde 2003, concilia com a pecuária.
“Decidimos redesenhar a fazenda para torná-la mais produtiva. Hoje, ou se tem um modelo rentável ou não há sustentabilidade no negócio”, alerta Jordan, que não somente rotacionou, mas migrou seu sistema de recria/engorda para a recria, e já consegue vislumbrar os resultados dessas mudanças.
Neste ano, ele espera obter lucro líquido de R$ 1.285 por hectare, ante R$ 300 registrados em 2020, ano em que o projeto da Rehagro começou. A meta é atingir rentabilidade de R$ 1.800/ha em 2022. “Eu sempre tive controle dos números da fazenda, mas faltava apoio técnico para saber onde e como melhorá-los”, admite o pecuarista.
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A Fazenda Bougheville é uma propriedade típica dessa região baiana. São 364 ha de morro, acidente geográfico que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) caracteriza como “pequenas elevações de terreno com declive suave”. Mas, se para o IBGE, os morros são formações corriqueiras, para os produtores representam grande desafio.
A começar pela dificuldade de implementação de um sistema de pastejo estratégico e funcional, devido às limitações para se posicionar as praças de alimentação, fazer subdivisão de piquetes (nem sempre padronizados) e manejo ou manejo das pastagens, tarefas mais complexas em áreas acidentadas.