Relatório 2021 do Grupo Gerar aponta peso significativo da categoria para a próxima estação de monta, que terá desafio de menor oferta de pasto
Por Moacir José
Um grande desafio aguarda as fazendas acompanhadas pelos 251 integrantes do Gerar (Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho) Corte este ano: como conseguir manter elevada a taxa de prenhez de um maior número de fêmeas, numa condição adversa de clima, que aponta para um volume menor de chuvas nos próximos meses e, com consequente menor oferta de pasto?
Menos comida significa risco maior de as fêmeas chegarem à estação de monta (EM) com um escore de condição corporal (ECC) mais baixo, o que compromete a taxa de prenhez. E uma das categorias de maior importância será a das primíparas, que deverão representar cerca de 30% das inseminações e que, historicamente, é a que apresenta maiores desafios para o pecuarista, na área reprodutiva.
Para responder a essa questão é que a coordenação do grupo, a cargo do veterinário Izaías Claro Júnior, gerente técnico de reprodução da Zoetis, promoveu um debate virtual, nos dias 9 e 10 de agosto, a partir de apresentação feita, em estúdio, pelo “professor Zequinha” (José Luiz Moraes Vasconcelos, da Unesp de Botucatu), mentor do grupo, com a presença de alguns convidados.
Segundo Rafael Moreira, gerente de produtos da linha reprodutiva da Zoetis, o evento virtual contou com a participação de todos os integrantes do grupo, além de 60 pecuaristas atendidos por esses técnicos. Na EM 2020-21, o grupo atuou em 1.521 fazendas (3,3 milhões de fêmeas), em 486 municípios (3 nos vizinhos Uruguai, Paraguai e Bolívia), de 17 Estados brasileiros, onde trabalhou 13.841 lotes e realizou 2,4 milhões de protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF), o que corresponde a aproximadamente 25% do total de fêmeas de corte inseminadas no País com a técnica.
Desse total, foram captados dados referentes a 1,344 milhão de IATFs. A taxa de prenhez média foi de 50,6%. A média histórica (período de 2007 a 2021) ficou em 51,5%. E o escore de condição corporal inicial foi de 2,96, bem próximo da faixa ideal (3 a 3,25). Também foram realizadas 16.670 transferências de embriões em tempo fixo (TETFs), com prenhez confirmada de 45,4%. Segundo Izaías Júnior, a taxa de prenhez abaixo da média histórica não tem uma causa única, mas pode ter sido influenciada, também, pelo menor volume de chuvas na estação de monta passada.