Projeto usa internet das coisas e inteligência artificial para predição de produtividade e monitoramento de bem-estar animal na ILPF
Por Ariosto Mesquita
Até bem pouco tempo era coisa de futuro. Hoje, nem tanto. Mesmo que ainda de forma pontual, a Internet das Coisas (IoT, da expressão em inglês, “Internet of Things”) começa a desembarcar na pecuária brasileira. Uma rede está sendo implantada em Campo Grande, MS, para captar informações, possibilitar o treinamento de inteligência artificial (IA) e entregar ao produtor ferramentas de predição de produtividade e de monitoramento de bem-estar animal.
Segundo Camilo Carromeu, doutor em ciência da computação e supervisor de Tecnologia da Informação na Embrapa, a ideia é que esse projeto evolua para uma plataforma inteligente com dispositivos, softwares e aplicações agregados e em aperfeiçoamento contínuo. “Seria uma espécie de ‘Alexa da pecuária’”, compara o pesquisador.
Sua alegoria se refere ao nome da assistente virtual da Amazon, existente desde 2014, que funciona como uma inteligência artificial conversacional, informando previsão do tempo, resultado de jogos esportivos, situação do trânsito e configurando alarmes, dentre outras coisas, sempre que solicitada.
A “Alexa da pecuária” funcionaria dentro desta perspectiva: uma assistente virtual, fornecendo informações úteis e subsídios em tempo real, de forma interativa, para a tomada de decisão por parte do produtor.
A partir de sensores acoplados a animais e a instalações, será possível, por exemplo, correlacionar a alteração cardíaca ou respiratória registrada em um ou mais animais com um possível foco de incêndio num pasto. Carromeu explica que isso será possível porque os sensores dos animais funcionarão de forma ininterrupta e as ferramentas de processamento de informação terão capacidade de emitir alertas em tempo real.