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Na edição de maio da Revista DBO, o zootecnista Danilo Grandini compara os custos e resultados do confinamento no Brasil, Argentina, Austrália e África do Sul. Confira
Tempos turbulentos trazem um comportamento bem interessante para todos os setores da economia: a necessidade de se comparar! Mais precisamente a busca de uma baliza para saber se estamos no caminho certo, ou mesmo um tipo de orientação. Eu acredito que esse tipo de iniciativa nos ajuda, e muito, a entender melhor o que se passa no País, em nosso setor, para descobrir oportunidades, decidir mais assertivamente, e, frequentemente, cometer o chamado “erro consciente”.
É particularmente interessante ver a dinâmica do setor de confinamento, cuja predominante sazonalidade impõe um desafio adicional: o que fazer neste momento? A decisão estratégica envolvendo a terminação de um estoque em período relativamente curto, nos leva à busca do negócio excelente e daí decorre toda dificuldade de se decidir.
Ao buscar referências e nos compararmos, seria interessante também nos perguntarmos se nosso modelo de negócio (aqui falo do macro) nos trará sustentação no futuro. Eu tenho a opinião sincera de que geração de muitos bons negócios é sempre melhor que um único e excelente, mas, para isso ficar evidente, precisamos rever a estrutura da cadeia de negócios, buscando, genuinamente, a agregação de valor da produção à comercialização.
Confuso? Bom, precisamos tipificar, criar categorias e padrões perceptíveis para os consumidores, para que eles melhor escolham o que desejam comprar. Isso possivelmente nos levará ao caminho da meritocracia, a padrões de produtos mais estáveis, e um modelo de produção de menor sazonalidade, forçando-nos a tomar decisões e gerenciar as estratégias na atividade de produção com uma frequência quase que mensal. Como o hábito faz o monge, daríamos um salto de décadas em favor da sustentabilidade do nosso negócio.
Voltando à ideia de se balizar por referências existentes e tendo em consideração a atividade de confinar neste inverno, vejamos como estamos em relação aos demais países produtores de carne vermelha. A tabela abaixo, nos anos selecionados (2018, antes da febre suína africana e Covid; 2021, todos os fatores impactados), mostra alguns dados interessantes listados abaixo:
Está disponível para download gratuito o livro “Cerrado: correção do solo e adubação”, dos editores técnicos Djalma Martinhão e Edson Lobato; ACESSE aqui
Marcos Jank afirma, em entrevista a Revista DBO, que o futuro do agronegócio brasileiro, nos próximos 40 anos, está diretamente ligado às economias emergentes da Ásia
Quando saiu do Brasil, em janeiro de 2015, rumo a Singapura ‒ um dos quatro “tigres” do sudeste asiático, junto com Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan ‒, o engenheiro agrônomo Marcos Sawaya Jank já carregava, em sua bagagem, larga experiência como presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e do Icone (Instituto de Estudos do Comércio e das Negociações Internacionais, área em que é mestre, formado pela francesa Montpelier).
Sua ida para Singapura, como representante da gigante Brasil Foods (BRF), tinha o objetivo de abrir espaço para os produtos brasileiros, principalmente as carnes de aves e suínos. Dois anos depois, passou a representar também a Abiec (exportadores de carne bovina), a ABPA (exportadores de carne suína e de frango) e a própria Unica. Em todo o período, ele calcula que viajou mais de 50 vezes (praticamente uma vez por mês) para a China. Cobriu Japão, Coreia, Índia, Indonésia, Tailândia, não somente para prospectar o segmento de exportação, mas também o de investimentos.
Retornou ao Brasil em maio de 2019 e, em seguida (julho), integrou os quadros do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), de São Paulo, onde leciona e coordena o Centro Insper Agro Global, que estuda os grandes vetores de transformação do agronegócio mundial.
Um dos focos das pesquisas desse centro é Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês), que reúne 10 países da região, cinco deles (Indonésia, Mianmar, Tailândia, Filipinas e Vietnã) com mais de 50 milhões de habitantes. Para Jank, esse grupo, mais China, Hong Kong, Coreia do Sul e Japão, forma o que ele chama de “holofotes do presente”, ou seja, a região do mundo que pode absorver quantidades crescentes de produtos agropecuários, justamente por causa de seu vigor econômico e do aumento na renda per capita.
“Tenho absoluta certeza de que o futuro do agronegócio brasileiro nos próximos 40 anos está diretamente ligado às economias emergentes da Ásia. O Oriente é o farol dos nossos navios”, diz ele nesta entrevista concedida, de forma remota, ao jornalista Moacir José, colaborador de DBO.
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