Conteúdo: 12/08/2021

Ganho de peso crescente com DDG no cocho, revela pesquisa

A inclusão progressiva na dieta, em substituição ao milho e farelo de soja, eleva peso e eficiência alimentar de forma linear

Dieta com inclusão de 45% de DDGS aumentou em 10% o peso dos animais, em relação ao do lote testemunha.

Por Ariosto Mesquita

Quando a produção de etanol de milho teve início no Brasil, em 2010, o DDG (grãos secos por destilação, na sigla em inglês) era um insumo já disseminado entre produtores norte-americanos, mas ainda desconhecido para a pecuária nacional. Carente de avaliações científicas nos trópicos, seu uso em dietas foi cauteloso nos primeiros anos. Com o passar do tempo, os estudos avançaram e sua utilização, sobretudo na engorda intensiva, começou a se consolidar.

Os resultados de uma pesquisa recente, fruto de tese de mestrado ainda não defendida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), comprovam sua eficiência no cocho. Usado em percentuais crescentes na terminação em confinamento, em substituição total ou parcial de ingredientes tradicionais, o DDG aumentou o ganho de peso diário em até 10,1% e a eficiência alimentar em 8,44%, ambos de forma linear.

O estudo foi orientado pelo professor Flávio Augusto Portela dos Santos e conduzido por João Marcos Meneghel de Moraes, aluno de mestrado do Departamento de Zootecnia da Esalq. Diante da disponibilidade de DDG com diversas composições, fruto de tecnologias diferentes adotadas nas indústrias, optou-se pelo DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis), produzido pela FS Bioenergia no Mato Grosso (batizado de FS Ouro).

VEJA TAMBÉM:
Engorda no cocho crescerá em 2021, apesar dos custos
Carbono entra na pauta do confinamento

Segundo a empresa, o produto carrega 40% de FDN (fibra em detergente neutro), 6% de levedura e 16% de proteína bruta. Segundo o professor Portela, porém, o ganho do DDG tido como convencional pode ser ainda maior, pois carrega perto de 30% de proteína bruta.

Foram utilizados 256 animais machos, Nelore, não castrados, de pesos equivalentes, desmamados na seca, recriados nas águas, oriundos de propriedade comercial parceira e confinados na unidade experimental da Esalq, em Piracicaba, SP. Os bovinos permaneceram fechados durante 100 dias, distribuídos em quatro grupos com tratamentos distintos. O primeiro (grupo controle, sem o DDGS) recebeu uma dieta com a seguinte composição: bagaço de cana (8,5%), milho moído (64%), casca de soja (12%), caroço de algodão (8%), farelo de soja (5%), ureia (0,7%), cloreto de sódio (0,3%) e minerais e vitaminas (1,5%).

Nas três dietas experimentais, o farelo de soja e o caroço de algodão foram totalmente suprimidos e a participação do milho foi reduzida, na medida em que aumentava (15%, 30% e 45%) a inclusão de DDGS. Como resultado, os animais do grupo com maior inclusão do coproduto apresentaram um ganho de peso diário (GPD) de 1,740 kg, ante a média de 1,550 kg registrada entre os bovinos com a dieta controle, representando uma diferença de 10,1% (veja tabela). Um detalhe importante é que o consumo de matéria seca não apresentou diferença estatística, ou seja, não variou entre os grupos.

Para continuar lendo é preciso ser assinante.


Faça já sua assinatura digital da DBO


Leia todo o conteúdo da DBO a partir de R$ 12,70 por mês.

Invista na melhor informação. Uma única dica que você aproveite pagará com folga o valor da assinatura.

Você precisa adquirir uma de nossas assinaturas.

Engorda no cocho crescerá em 2021, apesar dos custos

Mesmo diante do forte encarecimento dos componentes da ração, sobretudo do milho, estimativas apontam para percentuais até 8% maiores em relação a 2020

Analistas preveem maior dificuldade no segundo giro, após resultados bastante satisfatórios no primeiro.

Por Denis Cardoso

Os analistas consultados por DBO têm opiniões convergentes em relação ao comportamento da atividade de confinamento ao longo de 2021: no geral, somando os resultados do primeiro e do segundo giros da engorda intensiva, a quantidade de animais levados aos cochos vai crescer no Brasil em relação ao resultado do ano passado, mesmo diante de um cenário de forte encarecimento dos componentes da ração – sobretudo do milho – e da disparada nos preços do boi magro e demais categorias de reposição.

“Embora os custos de produção tenham subido muito durante o ano, os valores da arroba do boi gordo seguem em patamares bastante elevados, condição suficiente para garantir alguma margem de lucro aos confinadores”, resume o zootecnista Marcos Baruselli, gerente da DSM, multinacional de origem holandesa e detentora da marca Tortuga.

VEJA TAMBÉM | Carbono entra na pauta do confinamento

Baruselli estima que a atividade de engorda em cocho alcançará algo próximo a 6,5 milhões de cabeças este ano, o que significará aumento de 5% em relação ao número recorde de animais confinados em 2020, de 6,2 milhões de cabeças, de acordo com dados fechados do Censo DSM de Confinamento 2020.

A Scot Consultoria, de Bebedouro, SP, prevê uma taxa de crescimento de 8% no confinamento deste ano, alcançando 4,93 milhões de cabeças, ante o resultado de 4,57 milhões de bovinos de 2020.

A consultoria Agrifatto, com sede na capital paulista, projeta um aumento anual mais modesto da engorda intensiva – perto de 1% –, atingindo 6,1 milhões de cabeças em 2021, frente a um total de 6,05 milhões de bovinos registrado no ano passado.

Essa estimativa mais conservadora da Agrifatto leva em conta um quadro mais pessimista do mercado pecuário observado nos últimos meses (junho/julho), marcado pela confirmação de quebra da safrinha brasileira do milho, o que potencializou a tendência de alta nos preços internos do grão, e também pelo enfraquecimento das cotações futuras do boi gordo na bolsa B3, de São Paulo.

Para continuar lendo é preciso ser assinante.


Faça já sua assinatura digital da DBO


Leia todo o conteúdo da DBO a partir de R$ 12,70 por mês.

Invista na melhor informação. Uma única dica que você aproveite pagará com folga o valor da assinatura.

Você precisa adquirir uma de nossas assinaturas.

Carbono entra na pauta do confinamento

Corrida pelo “Net Zero” exigirá ajustes também nos confinamentos com uso de tecnologias já disponíveis e que são comprovadamente redutoras de emissões entéricas

Por Maristela Franco e Moacir José

Pode-se dizer que 2021 foi o “ano de largada” na corrida para redução das emissões de carbono na cadeia pecuária bovina. Muitos produtores nem se deram conta disso, apesar do compromisso assumido pelos frigoríficos com o “Net Zero” (balanço neutro de emissões equivalentes de carbono), divulgado até em horário nobre da TV aberta, mas não será possível ficar alheio ao tema por muito tempo, em função de sua relevância mundial e dos desafios que traz para o setor.

Vários especialistas ouvidos por DBO são unânimes em afirmar que a “corrida” pelo “Net Zero” movimentará a cadeia produtiva nos próximos 20 anos, chegando obrigatoriamente ao pecuarista, já que, para se atingir esse status, é preciso atuar também no escopo 3, que considera todo o ciclo de vida do produto; no caso da carne bovina, desde a fazenda até o abate, considerando-se pastagens, insumos, energia e serviços usados pelos produtores, transporte e, evidentemente, projetos de engorda como os confinamentos.

Por que tanto esforço coletivo? A resposta está no mercado. Desde 1990, quando foi lançado o primeiro relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC, na sigla em inglês), as emissões entéricas (decorrentes da digestão animal) têm sido consideradas partícipes do aquecimento global.

Segundo o 4º Inventário Nacional de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, divulgado em 2020 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a agropecuária brasileira emitiu 487 milhões de toneladas de carbono equivalente (CO2eq) em 2016, 33,2% do total do País. Desse montante, mais da metade (282,4 milhões de t) foi liberada pelos animais de produção, com grande destaque para os bovinos (80%). Aumenta, portanto, a cada dia, a pressão do mercado internacional para que a pecuária reduza suas emissões; pressão vinda principalmente da União Europeia e da China, principal comprador da carne bovina brasileira.

Em julho passado, a UE anunciou que criará, a partir de 2023, uma “taxa de carbono” sobre produtos importados para proteger sua indústria de concorrentes estrangeiros que não estejam submetidos aos mesmos padrões ambientais. A medida deverá ser bastante discutida na COP de Glasgow (Escócia), neste ano. Ela faz parte do pacote “Fit for 55”, o mais importante passo já dado pela UE rumo à “carbonização” de sua economia, que o bloco considera essencial para reduzir em 55% suas emissões de gases de efeito estufa até 2030.

Os alvos iniciais serão as indústrias de ferro, cimento, fertilizantes, eletricidade e alumínio, mas a carne bovina poderá ser incluída na lista futuramente. Tem mais: a China, principal protagonista do mercado internacional e maior emissora do mundo, pretende se tornar uma “nação carbono neutra” até 2060, podendo estabelecer protocolos ambientais para seus próprios fornecedores.

Papel dos confinamentos

Essa caminhada, a passos largos, para a “carbonização” da economia mundial deverá, portanto, afetar a cadeia pecuária bovina, o que motivou DBO a dedicar esta reportagem de capa ao tema. Por que justamente no Especial de Confinamento? Há duas razões: primeiro, trata-se do segmento mais próximo da indústria e que mais facilmente a suas demandas; segundo, o nível de tecnificação da atividade lhe permite adotar rapidamente uma série de práticas redutoras de emissões.

É importante lembrar que o confinamento tem participação pequena no balanço de carbono da pecuária brasileira (são apenas 5-6 milhões de animais a cocho, de um um total de 187,5 milhões no País, conforme estimativas recém-publicadas pelo Beef Report Abiec 2021). Além disso, o sistema tem curta duração (90-120 dias) e emprega dietas de maior digestibilidade em comparação com as pastagens, ou seja, gera menos metano. Em contrapartida, como qualquer “fábrica’’, não sequestra, apenas reduz emissões.

O maior desafio será dos boitéis profissionais, que, em geral, têm pouca área e não estão inseridos em sistemas de produção com margem de manobra para sequestrar/armazenar carbono. Esse tipo de confinamento terá de usar tecnologias redutoras de emissões.

Segundo Eduardo Delgado Assad, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e coordenador técnico-científico da Rede Clima, isso não demanda grandes investimentos. Na maioria das vezes, bastará ajustar a composição das dietas, adotar ingredientes que reduzem a fermentação entérica, trabalhar com energia solar em substituição a combustíveis fósseis, fazer manejo adequado de resíduos por meio de compostagem ou usar biodigestor (que produz energia limpa, além de gerar créditos de carbono), como detalharemos nesta reportagem.

Eduardo Delgado Assad, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária.

Assad garante que o setor está indo por um bom caminho. “Começamos a falar disso mais fortemente em 2009 e achei que não haveria interesse dos pecuaristas, por causa de seu perfil mais conservador. Errei! Estamos tendo uma adesão grande, inclusive porque a pecuária é a atividade que mais leva pancada nesta área”, relata o pesquisador.

Segundo ele, a Liga do Araguaia, que reúne 62 fazendas e tem rebanho estimado em 130.000 cabeças na divisa de Mato Grosso com Goiás, implementou um protocolo GHG (do inglês greenhouse gases, gases de efeito estufa) há mais de seis anos e a Fazenda Roncador, há quatro (veja abaixo), enquanto o setor de grãos somente começou a falar no assunto de 2020 pra cá. Assad diz que as grandes empresas já estão se movimentando e querem virar esse jogo, por dois motivos: “os efeitos danosos do aquecimento global são visíveis e as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) podem se tornar novas barreiras comerciais, como já sinaliza a UE”.

Frigoríficos otimistas

Os três gigantes do setor (Marfrig, JBS e Minerva) não detalham pressões externas nessa área, embora elas venham de todos os lados: importadores, mercado de capitais, grande varejo, ONGs etc. Preferem ressaltar que a pecuária já caminha naturalmente rumo ao “Net Zero” por meio da intensificação, necessitando apenas de apoio e maior velocidade no emprego de tecnologias. Taciano Custódio, diretor de sustentabilidade da Minerva, vê esse processo como parte do amadurecimento da cadeia.

“Precisamos, agora, medir as emissões da pecuária para saber o que fazer. Até o final deste ano, concluiremos o projeto-piloto conduzido junto com a Embrapa, que está fazendo balanço de GEEs em 26 fazendas na Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica. Estão sendo avaliados diferentes modelos de produção, mas, como 70% da receita da empresa vêm da exportação e 60% dos animais que ela abate são confinados, esse sistema será bastante analisado”, informa o executivo.

Para continuar lendo é preciso ser assinante.


Faça já sua assinatura digital da DBO


Leia todo o conteúdo da DBO a partir de R$ 12,70 por mês.

Invista na melhor informação. Uma única dica que você aproveite pagará com folga o valor da assinatura.

Você precisa adquirir uma de nossas assinaturas.

‘Conversa Rápida’ com Rafael Zonzini, gerente da Agropecuária Jacarezinho

Em entrevista, Zonzini fala sobre os resultados da quadragésima edição do leilão de touros da AJ, que negociou 150 exemplares Nelore CEIP

Rafael Zonzini, gerente da Agropecuária Jacarezinho.

Por Gualberto Vita

O tradicional leilão de touros da Agropecuária Jacarezinho chegou à sua quadragésima edição oferecendo ao mercado mais uma qualificada safra de exemplares Nelore com CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção). Os animais são produto de um trabalho de melhoramento genético e seleção a pasto iniciado em 1993, com foco na pecuária de ciclo curto.

Com liquidez total, o remate virtual contabilizou renda de R$ 4,2 milhões, com média geral de R$ 28.611. Além de ofertar reprodutores da geração 2018 com destacados índices de avaliação e genotipados, a AJ apresentou um novo item para orientar o processo de seleção: o Índice Frigorífico (iFrig), um indicador qualitativo e quantitativo para carcaça e carne.

Com propriedades nos Estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o criatório possui, atualmente, 90.000 matrizes e vendeu mais de 2.400 touros no último ano. Rafael Zonzini, gerente da Agropecuária Jacarezinho, fala mais sobre o evento comercial da AJ em ‘Conversa Rápida’ com DBO.

Para continuar lendo é preciso ser assinante.


Faça já sua assinatura digital da DBO


Leia todo o conteúdo da DBO a partir de R$ 12,70 por mês.

Invista na melhor informação. Uma única dica que você aproveite pagará com folga o valor da assinatura.

Você precisa adquirir uma de nossas assinaturas.

Ganho de peso crescente com DDG no cocho, revela pesquisa

A inclusão progressiva na dieta, em substituição ao milho e farelo de soja, eleva peso e eficiência alimentar de forma linear

Para continuar lendo é preciso ser assinante.

Faça já sua assinatura digital da DBO

Leia todo o conteúdo da DBO a partir de R$ 12,70 por mês.

Invista na melhor informação. Uma única dica que você aproveite pagará com folga o valor da assinatura.

Já tem uma assinatura DBO?
Entre na sua conta e acesse a Revista Digital:

Engorda no cocho crescerá em 2021, apesar dos custos

Mesmo diante do forte encarecimento dos componentes da ração, sobretudo do milho, estimativas apontam para percentuais até 8% maiores em relação a 2020

Para continuar lendo é preciso ser assinante.

Faça já sua assinatura digital da DBO

Leia todo o conteúdo da DBO a partir de R$ 12,70 por mês.

Invista na melhor informação. Uma única dica que você aproveite pagará com folga o valor da assinatura.

Já tem uma assinatura DBO?
Entre na sua conta e acesse a Revista Digital:

Carbono entra na pauta do confinamento

Corrida pelo “Net Zero” exigirá ajustes também nos confinamentos com uso de tecnologias já disponíveis e que são comprovadamente redutoras de emissões entéricas

Para continuar lendo é preciso ser assinante.

Faça já sua assinatura digital da DBO

Leia todo o conteúdo da DBO a partir de R$ 12,70 por mês.

Invista na melhor informação. Uma única dica que você aproveite pagará com folga o valor da assinatura.

Já tem uma assinatura DBO?
Entre na sua conta e acesse a Revista Digital:

‘Conversa Rápida’ com Rafael Zonzini, gerente da Agropecuária Jacarezinho

Em entrevista, Zonzini fala sobre os resultados da quadragésima edição do leilão de touros da AJ, que negociou 150 exemplares Nelore CEIP

Para continuar lendo é preciso ser assinante.

Faça já sua assinatura digital da DBO

Leia todo o conteúdo da DBO a partir de R$ 12,70 por mês.

Invista na melhor informação. Uma única dica que você aproveite pagará com folga o valor da assinatura.

Já tem uma assinatura DBO?
Entre na sua conta e acesse a Revista Digital:

Continue depois da publicidade

Continue depois da publicidade

Continue depois da publicidade

Continue depois da publicidade

Newsletter

Newsletter

Destaques do Dia

Os destaques do dia da pecuária de corte, pecuária leiteira e agricultura diretamente no seu e-mail.

Continue depois da publicidade

Encontre as principais notícias e conteúdos técnicos dos segmentos de corte, leite, agricultura, além da mais completa cobertura dos leilões de todo o Brasil.

Encontre o que você procura: