Conteúdo: 12/11/2021

Pasto inteligente

Veja os destaques da edição de novembro e o ‘Especial Pastagem’; na capa, a formação de pastos multigramíneas, visando oferecer mais capim nas águas e reduzir a escassez na seca, é o novo horizonte das pesquisas

Rotacionado morro acima

Fazenda Bougheville torna-se modelo de pastejo rotacionado em área íngreme no sul da Bahia, obtendo lucro médio de R$ 1.300/ha na recria

Posicionamento da praça de lazer é desafio em áreas de morro.

Por Carolina Rodrigues

Estruturar um projeto de pastejo rotacionado morro acima. Essa foi a solução encontrada pela Rehagro Consultoria para remodelar o negócio do empresário Jordan Bergton Andrade, dono da Fazenda Bougheville, em Firmino Alves (BA), no sul da Bahia. Descontente com os resultados obtidos nas últimas safras de bois, ele decidiu “rotacionar para lucrar”.

A visão de empreendedor veio do ramo atacadista de alimentos, ao qual se dedica há 30 anos e que, desde 2003, concilia com a pecuária.

Jordan Bergton Andrade, dono da Fazenda Bougheville.

“Decidimos redesenhar a fazenda para torná-la mais produtiva. Hoje, ou se tem um modelo rentável ou não há sustentabilidade no negócio”, alerta Jordan, que não somente rotacionou, mas migrou seu sistema de recria/engorda para a recria, e já consegue vislumbrar os resultados dessas mudanças.

Neste ano, ele espera obter lucro líquido de R$ 1.285 por hectare, ante R$ 300 registrados em 2020, ano em que o projeto da Rehagro começou. A meta é atingir rentabilidade de R$ 1.800/ha em 2022. “Eu sempre tive controle dos números da fazenda, mas faltava apoio técnico para saber onde e como melhorá-los”, admite o pecuarista.

VEJA TAMBÉM | Pastos “biodiversos” na mira da pesquisa

A Fazenda Bougheville é uma propriedade típica dessa região baiana. São 364 ha de morro, acidente geográfico que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) caracteriza como “pequenas elevações de terreno com declive suave”. Mas, se para o IBGE, os morros são formações corriqueiras, para os produtores representam grande desafio.

A começar pela dificuldade de implementação de um sistema de pastejo estratégico e funcional, devido às limitações para se posicionar as praças de alimentação, fazer subdivisão de piquetes (nem sempre padronizados) e manejo ou manejo das pastagens, tarefas mais complexas em áreas acidentadas.

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Pastos “biodiversos” na mira da pesquisa

Proposta é definir consórcios de gramíneas tropicais capazes de reduzir a estacionalidade forrageira e os riscos inerentes ao monocultivo

Foto: Alex Ruiz

Por Renato Villela

A mistura de gramíneas na mesma área, em regiões tropicais, costuma ser desaconselhada pela maioria dos técnicos no Brasil, devido às dificuldades de se manejar espécies com hábitos de crescimento, exigências em fertilidade do solo e palatabilidade diferentes. Os principais problemas desses mixes têm sido o consumo seletivo por parte dos animais (que leva ao superpastejo de uma das gramíneas), a desuniformidade do dossel forrageiro (que complica o manejo pela altura) e a demanda heterogênea por adubação.

Em função disso, o cultivo “solteiro” tornou-se regra no País, mas esse paradigma pode estar prestes a ser quebrado. Partindo de estudos bem-sucedidos com consórcios de gramíneas em regiões de clima temperado, como os conduzidos pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Lages, pesquisadores de várias instituições começaram a avaliar esses mixes também em regiões tropicais, pensando tanto em aumentar a oferta de capim nas águas, quanto reduzir sua escassez na seca.

Estudos iniciais desenvolvidos pela Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS) e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) já obtiveram resultados interessantes com alguns consórcios, embora ainda haja um longo caminho a percorrer antes de se fazer recomendações ao produtor.

Além da possibilidade de se minimizar a estacionalidade forrageira nos trópicos, espera-se que esses “pastos multigramíneas”, também chamados de “pastos biodiversos” ou “inteligentes” suportem melhor os ataques de pragas e o estresse hídrico, por exemplo, do que os monocultivos.

VEJA TAMBÉM | A formação ideal da pastagem: escolhas e processos para transformar sua fazenda

Outras possíveis vantagens podem ser uma maior captura de carbono, a oferta de forragem mais nutritiva, a ocupação eficiente do espaço (acima e abaixo do solo) e a melhor formação do pasto em áreas mistas (com diferentes tipos de estrutura ou níveis de umidade). Empiricamente, alguns produtores já buscam isso ao misturar gramíneas tropicais.

Escolha das cultivares

Em região de clima temperado, consórcio incluem até seis cultivares. Foto: Udesc

O objetivo da pesquisa é identificar consórcios com sinergias múltiplas, mas principalmente que prolonguem o fornecimento de forragem de qualidade no final das águas/início da seca e que rebrotem rápido na estação chuvosa seguinte. A grande questão é: quais variedades misturar? Segundo o professor da Udesc, André Fischer Sbrissia, que tem grande experiência em pesquisas nesta área, o principal critério para a escolha das cultivares deve ser a complementaridade.

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Crédito que facilita a vida na engorda

Graças a monitoramento via plataformas digitais, modelo de negócio antecipa dinheiro para o produtor já na entrada do animal no confinamento.

Estrutura para monitoramento de ganho de peso e lucratividade diária da @Tech em fazenda em MS: conexão entre startups permite identificar garantias para liberação de crédito ao pecuarista.

Por Ariosto Mesquita

Que as tecnologias digitais iriam alterar a rotina das fazendas e ajudariam a impulsionar o caixa do produtor, não resta dúvida. O que talvez nem o mais visionário pecuarista poderia imaginar é que estas inovações abririam um novo caminho para ele receber pelo animal antecipadamente, meses antes de vendê-lo como boi gordo para o frigorífico, sem burocracias e sem o risco de comprometer suas terras. Este mecanismo já é uma realidade no Brasil.

Este modelo específico foi desenhado pela agfintech E-ctare e viabilizado no início deste ano sobretudo a partir do momento em que a empresa firmou parcerias com startups para acessar seus sistemas de gestão de fazendas e de monitoramento animal. As agfintechs são empresas emergentes que usam avanços tecnológicos para agilizar o acesso ao crédito para segmentos agropecuários.

De acordo com o cofundador e CEO da e-ctare, Marcell Montipó Salgado, o mecanismo ajustado aos confinamentos pode beneficiar tanto terminadores, quanto quem faz ciclo completo ou recria e terminação:

“Antes da engorda intensiva, o boi a pasto não onera tanto o produtor, mas quando ele entra com os animais em confinamento terá de colocar a mão no bolso para bancar a comida ou a diária. Nesse momento, quase sempre seu capital está todo imobilizado no rebanho. E, para completar, considerando que são de 90 a 110 dias de confinamento e mais 30 dias para o frigorífico pagar, o produtor terá de aguardar até 140 dias para ver a cor do dinheiro. O que fazemos é antecipar isso pra ele”.

VEJA TAMBÉM | Inteligência artificial monitora animais confinados

Os tíquetes de crédito na pecuária de corte chegam a superar R$ 600 mil por operação com prazo de até 180 dias. Isso ocorre pelo fato destes modelos, sobretudo os mais tecnificados, permitirem monitoramento remoto, o que facilita o acompanhamento da evolução dos lotes e a consequente análise de garantias para a antecipação dos recursos.

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Para o zootecnista Danilo Grandini, carne não deve ser vista como commodity; há muitas formas de agregar valor. Confira o artigo publicado na edição de novembro

Foto: Reprodução/Internet.

Por Danilo Grandini – Zootecnista, com pós-graduacão em análise econômica e diretor Global de Marketing Bovinos da Phibro .

Nos idos de 2004, lá fui eu para a França participar de um curso de produção e qualidade de carne, além de visitar fazendas de corte nos dias anteriores ao evento. Os palestrantes eram do Institut National de la Recherche Agronomique (Inra) e do Institut de L’élevage – o primeiro, uma das instituições públicas de pesquisa mais renomadas na Europa; o segundo, um instituto responsável por pesquisas econômicas/políticas setoriais e divulgação de práticas de produção.

Ao INRA coube apresentar, no curso, os tópicos relacionados à fisiologia, metabolismo e nutrição de bovinos de corte; e ao Institut de L’Elevage, abordar os modelo de produção e tipificação de carcaça da Europa.

Na vida, existem momentos em que frases são guardadas profundamente, muitas vezes porque são antíteses daquilo que sabemos. No intervalo entre as apresentações, notei que o profissional do Institut de L’elevage tinha um particular interesse pela América Latina, fazendo inúmeras perguntas sobre os modelos de produção brasileiro e argentino, especialmente sobre componentes de custos de médio e longo prazos.

Por fim, prometeu nos fazer uma visita quanto viesse à América do Sul, promessa que cumpriu! Depois, descobri que esse senhor era um importante diretor do Institut de L’Elevage, responsável pela política de tarifas praticada sobre a carne bovina exportada à França.

Pois bem, em uma de nossas conversas, perguntei se ele não temia que a carne brasileira, devido ao seu menor custo, pudesse representar uma ameaça para os produtores franceses. Ele claramente explicou as medidas que protegiam o mercado de seu país e me disse, olho no olho e num tom especialmente pausado, como querendo me ensinar algo: “Carne bovina não é commodity”.

VEJA TAMBÉM | Hora de “virar a página” da produção baseada só na produtividade

Passado o tempo, entendi o que isso queria dizer, no sentido mais amplo da palavra! Nem sempre a natureza, a otimização dos componentes de custos e a produtividade favorecem uma cadeia dedicada à produção de bovinos, que tem ciclo longo e passa por um sem-fim de fatores do nascimento ao abate. Faz-se necessário, também, agregar-lhe valor.

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