O governo chinês informou na terça-feira que vai devolver toda a carne exportada pelos canadenses, dias antes da China e Estados Unidos se reunirem para discutir a guerra comercial iniciada por Washington e que também pegou o Canadá no fogo cruzado, informou a agência Reuters.
A China iniciou uma investigação depois que as inspeções encontraram resíduos de um aditivo para ração (ractopamina) na carne suína canadense não aceito pelo país asiático, disse a embaixada chinesa no Canadá em um comunicado.
Essa investigação revelou a existência de 188 certificados de saúde veterinária “falsificados” e “óbvias falhas de segurança”.
“A fim de proteger a segurança dos consumidores chineses, a China adotou medidas preventivas urgentes e solicitou ao governo canadense a suspensão da emissão de certificados para carne exportada”, explicou o comunicado.
A China comprou US$ 235,26 milhões em carne suína canadense de janeiro a abril deste ano, tornando-se o terceiro maior mercado de exportação do Canadá em valor, segundo dados oficiais.
A ministra canadense da Agricultura, Marie-Claude Bibeau, disse em um comunicado que a Agência Canadense de Alimentação e Inspeção (CFIA) vem trabalhando em estreita colaboração com a indústria e autoridades chinesas sobre o assunto e confirmou que encontrou “certificados de exportação não autênticos”.
As relações entre a China e o Canadá se deterioraram em dezembro, depois que a polícia de Vancouver prendeu Meng Wanzhou, vice-presidente financeira da Huawei Technologies, a pedido de autoridades dos Estados Unidos, informa a agência Reuters. A executiva nega qualquer irregularidade e Pequim exige o seu retorno ao país.
Após a prisão de Meng, a China deteve dois canadenses e depois os acusou formalmente de espionagem. O Canadá diz que a prisão dos dois homens foi arbitrária.