A pergunta do pecuarista é: “até onde vai o preço do milho?”

O cereal, que é um dos principais ingredientes da ração animal e parece não ter limites de preço, já compromete a lucratividade na criação bovina intensiva

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Como o Portal DBO mostrou nessa terça-feira (20/10), fechar contratos de insumos para a alimentação do gado não tem sido uma tarefa fácil. Muitos pecuaristas estão preocupados com a ‘chuva’ de quebra de contratos  e a arrancada dos preços dos insumos.

Se por um lado os preços do boi gordo não param de subir – com recorde atrás de recorde – o mesmo pode ser dito para o milho, o principal insumo para formular as rações dos confinamentos por todo o País. A dúvida entre os produtores é unânime: até onde vai o preço do milho?


O Indicador Cepea para a saca de 60 quilos do cereal, de terça-feira (20/10), foi de R$ 73,33. Na região do Espírito Santo variou de R$ 75 a R$ 78 a saca, no mesmo dia, segundo o produtor Vitor Alves, da NA Agropecuária, no município de Montanha (ES), que termina anualmente sete mil bovinos.

“Mas hoje já teve outro recorde. Nesta quarta-feira (21/10), o valor na bolsa fechou em R$ 85,40. Apesar de falarmos tanto na valorização da arroba do boi, hoje, os grãos, como milho, já ultrapassam a valorização do boi”, diz Alves.

O produtor acompanha os preços na bolsa para servir de referência nas suas tomadas de decisão de compra de grãos.

Seu Nilson e o filho Vitor Alves, no confinamento da NA Agropecuária, no Espírito Santo. Foto: Renato Villela

Tendência de crescimento

De fato, nunca uma saca de milho valeu tanto na história do cultivo do grão no Brasil. O cereal vem experimentando novos patamares desde que entrou de vez na pauta de exportações, a partir da safra de 2007, quando o Brasil vendeu 10,9 milhões de toneladas no mercado externo. Antes daquele ano, o máximo exportado havia sido de 5 milhões de toneladas.

Para esta safra, as projeções ainda são de crescimento de preços, segundo o zootecnista Rafael Ribeiro, analista de grãos da Scot Consultoria, de Bebedouro (SP).

“As altas têm a ver com estoques finais baixos do grão, o câmbio, a alta demanda para o grão e as exportações. A tendência é de preços ainda firmes no futuro, mas cotações entre R$ 90 a R$ 100, só em casos muito drásticos”, afirma Rafael Ribeiro, da Scot Consultoria.

Os fatores drásticos apontados por Rafael seriam uma nova guinada no câmbio e clima adverso nas regiões de produção de grãos no País. Segundo ele, há relatos de chuvas, o que trouxe um pouco de alívio aos produtores. No entanto, o atraso da safra está concretizado. “Resta esperarmos para ver como será o comportamento da safrinha”, diz Ribeiro.

O milho é a base das rações de bovinos em confinamentos por garantir maior ganho de peso

Para fugir do vai-e-vem

O confinador capixaba já traçou os planos para não ter de depender mais de compra de milho. Isso porque Alves também relata, nesta safra, quebras de contratos de milho e de caroço de algodão, produções adquiridas especialmente em Goiás e Mato Grosso.

“Instalamos sete pivôs e vamos produzir o nosso próprio milho. A expectativa é colher até 25 mil sacas e nos tornarmos autossuficientes no grão”, conta Alves.

Essa decisão está na conta da lucratividade. Apesar do ano de preços bons para a pecuária, Alves relata que, no final das contas, as margens vão muito apertadas em função da alta dos grãos. “Com os preços atuais, cai a viabilidade do negócio”, diz ele. “Um boi vendido a uma arroba de R$ 266 e um milho de R$ 73,30, significa que o milho representa 3,6 por arroba. O negócio só ficaria viável, com esse preço de milho, se a arroba fosse cotada a R$ 301.”

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