Em 2021, o Mato Grosso, responsável pelo maior rebanho de corte do País, registrou o menor volume de abates de bovinos em cinco anos, perfazendo um total de 4,71 milhões de cabeças, 10,23% abaixo da quantidade registrada em 2020, de 5,25 milhões de cabeças, segundo informa a consultoria Agrifatto, com base nos dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea).
Uma das justificativas para o recuo nos abates mato-grossenses é a menor participação de fêmeas nas matanças totais, um reflexo do forte movimento de retenção de matrizes iniciado a partir de 2019 e puxado pela maior lucratividade na atividade de cria/recria.
Além disso, no segundo semestre do ano passado, a cadeia pecuária brasileira (não só no Mato Grosso) foi prejudicada pelo prolongamento demasiado do embargo da China à carne bovina brasileira, iniciado em 4 de setembro e encerrado somente na segunda quinzena de dezembro.
Com o bloqueio aos embarques para o mercado chinês, muitos frigoríficos brasileiros reduziram drasticamente os abates para evitar acúmulo de estoques nas câmaras frias.
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Segundo os dados do Indea-MT, em 2021, a participação de fêmeas (vacas e novilhas) no total abatido no Mato Grosso foi de 37,65%, o que representou retração de 1,35 ponto percentual sobre a taxa de 2020 (39%) e queda de 5,35 em relação ao percentual de 2019 (43%).
Recuperação – Em dezembro último, porém, os abates de bovinos do Mato Grosso atingiram 448,25 mil cabeças, o segundo maior resultado do ano para a pecuária mato-grossense.
Na comparação com o desempenho registrado em novembro/21, os abates de dezembro/21 ficaram praticamente estáveis, mas cresceram 12,62% na comparação com dezembro/20, segundo o Indea-MT.
Na estratificação por sexo, foram 311,42 mil machos abatidos em dezembro/21 (5,34% a menos do que em novembro/21) e 136,83 mil fêmeas (14,78% a mais do que em novembro/21). Com isso, a participação de fêmeas no abate total em dezembro/21 ficou em 30,52%.