Em conversa com o Portal DBO pelo Whatsapp nesta quinta- feira o presidente da Abraleite, Geraldo Borges, fez a seguinte avaliação da retirada das tarifas antidumping para o leite importado da União Europeia e Nova Zelândia:
+Governo libera importação de leite da Europa e Nova Zelândia
+FPA diz que suspensão da taxa de antidumping pode trazer prejuízos aos produtores
+Faesc condena fim da tarifa antidumping para o leite importado
“A retirada das medidas antidumping, que eram as tarifas de 3,9% para o leite em pó da Nova Zelândia e 14,8% para o leite em pó da Comunidade Européia, oferece extremo risco à cadeia produtiva do leite Nacional.
A única medida que tínhamos que segurava a entrada em grandes volumes de leite em pó principalmente da Europa, que possui algo em torno 250 mil toneladas de leite em pó estocadas, eram essas tarifas antidumping.
O imposto de importação continua vigorando, que é de 28%, porém temos que lembrar que os países europeus e a Nova Zelândia têm alta eficiência de produção, possuem incentivos/subsídios dos seus governos e em decorrência disso detêm preço extremamente competitivo e poderão jorrar toneladas de leite em pó dentro do Brasil, o que poderia ser o fim da cadeia produtiva leiteira brasileira, já que o leite do Mercosul (Uruguai e da Argentina) já incomoda bastante por não ter limites de importação, tornando a nossa cadeia totalmente desequilibrada. Volumes expressivos, principalmente da Comunidade Europeia, poderiam causar um estrago muito maior à nossa cadeia produtiva, principalmente para os produtores de leite, cooperativas de produtores de leite e pequenos laticínios.
É importante entender – e temos tentado fazer o Ministério da Economia, na pessoa do ministro Paulo Guedes, o secretário Marcos Troyjo e toda equipe enxergar – que a cadeia produtiva do leite nacional carrega nas costas um custo Brasil que inviabiliza sermos competitivos, ou seja, o nosso leite é o mais caro para se produzir talvez no planeta.
Somado ao fato que não temos nenhum tipo de incentivo ou subsídio para nossa cadeia produtiva do leite, facilmente podemos entender que o leite produzido em países com menos carga tributária, menos encargos ou nenhum encargo social e com outras assimetrias, pode entrar aqui no nosso mercado e causar mais transtorno.
A Abraleite está firme trabalhando e cobrando o governo federal para a solução deste problema, com apoio da ministra da agricultura, Tereza Cristina, que está empenhada para interceder junto ao Ministério da Economia para que a equipe econômica compreenda a dificuldade da cadeia produtiva do leite do Brasil e tome outras decisões que viabilizem esta cadeia.”