Após ver sua área plantada com algodão disparar em 2018/19, puxado em grande parte pela alta nos preços internacionais da commodity, o Brasil deve passar por um processo de estabilização no plantio da pluma na safra 2019/20, mantendo-se estável ou com pequenas altas, segundo avaliação interna da Bayer divulgada durante o 12º Congresso Brasileiro do Algodão, em Goiânia (GO).
“Estamos trabalhando com a perspectiva de manutenção da área ou crescimento pequeno no próximo ano”, afirmou Gerhard Bohne, presidente da divisão agrícola da companhia. Bohne menciona como principal fator para a mudança no comportamento do produtor a acomodação do mercado, o que inclui uma queda de mais de 18% nas cotações da commodity na bolsa de Nova York desde o início do ano.
Segundo estimativa da Conab, o Brasil deve colher 2,7 milhões de toneladas de algodão em pluma na safra 2018/19, um crescimento de quase 35% ante o ciclo anterior. Em área, a expansão no mesmo período foi de mais de 37%, para 1,6 milhões de hectares. Com isso, o Brasil deve ultrapassar a Índia e se consolidar como o segundo maior exportador mundial de algodão nesta safra, atrás apenas dos EUA.
Tecnologia
Segundo Bohne, grande parte desse crescimento se deveu ao investimento em novas tecnologias, principalmente em culturas resistentes e em defensivos. Com 24% de participação no mercado brasileiro de algodão, a Bayer aplica 12% de seu faturamento global em pesquisa e desenvolvimento e, de acordo com o executivo, lançará novas gerações de sementes nos próximos cinco anos.
“Acreditamos que, com o portfólio que temos, estamos em ótimas condições para dar suporte ao produtor brasileiro de algodão”, avalia Bohne. Entre os lançamentos da empresa, está a nova geração da Bolgard II RR Flex, resistente às principais lagartas que acometem a cultura. A Bolgard 3, contudo, só deve ter suas vendas iniciadas após a resolução de detalhes envolvendo o registro da patente da tecnologia.
A empresa tem atuado em parceria com outras empresas, como Embrapa, IMA e TMG para o desenvolvimento de novas sementes, dentro do conceito de amplo licenciamento. “Dentro deste modelo, estamos em estágio avançado de ensaio de campo com quatro variedades com a tecnologia Bollgard 3 RR Flex, apresentando resultados bastante positivos em relação à produtividade, sanidade e qualidade da fibra”, detalha Bohne.