Boi gordo: esperança de um mercado mais aquecido a partir desta segunda-feira, 21 de novembro

Pelos cálculos da Scot Consultoria, o preço médio da arroba na parcial de novembro/22 é o menor deste ano, mas analistas projetam recuperação, estimulada pela maior demanda interna pela carne bovina

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No mercado brasileiro, até o momento (18/12), a arroba do boi gordo negociado nas praças de São Paulo, referência para outras regiões pecuárias do País, se encontra na menor média mensal de 2022, informa a analista de mercado Julia Zenatti, da Scot Consultoria.

A cotação alcançou a marca de R$ 330/@, no início do ano, e foi despencando desde então, relembra a analista.


Hoje, sexta-feira (18/11), o boi gordo “comum” enviado ao mercado doméstico (praças paulistas) está estável em relação ao preço a semana passada, precificado em R$ 275 (preço bruto e a prazo), de acordo os dados da Scot.

“A queda na cotação da arroba durante o ano foi ocasionada pelo aumento na oferta de bovinos para abate”, justifica Julia.

Esse cenário, diz ela, é reflexo de um movimento de transição do ciclo pecuário, caracterizado pelo maior descarte de fêmeas aos ganchos dos frigoríficos brasileiros.

Na avaliação de Julia, os custos de produção em alta e o maior uso de ferramentas de proteção de preços contribuíram para um mercado do boi gordo mais ofertado em 2022.

“Com uma boa oferta de matéria-prima (animais prontos para abater) e um consumo interno ainda fragilizado, a cotação do boi gordo perdeu sustentação”, ressalta a analista.

Porém, há de reforçar a importância do mercado externo para o escoamento da carne bovina ao longo de 2022, que foi marcado por volumes expressivos de embarques mensais.

“Foi uma importante ‘válvula de escape'”, observa Julia. Nesse cenário de mercado externo aquecido, a China foi o maior consumidor internacional em 2022, repetindo o desempenho dos anos anteriores.

Até outubro/22, o país asiático foi destino de 68,1% de toda carne bovina in natura exportada.

Porém, relata a analista da Scot, a preocupação com os seguidos lockdowns no país asiático, além da desvalorização da moeda local em relação ao dólar, enfraqueceu o poder de compra do maior importador da proteína brasileira nos últimos meses.

“Este novo movimento da China tirou o ímpeto comprador das grandes indústrias, que têm trabalhado com ajustes de escalas e redução nos abates”, relata Julia.

Segundo levantamento realizado pela Scot Consultoria, a ociosidade frigorífica média, em São Paulo, aumentou 15 pontos percentuais em outubro/22, em relação ao quadro observado em setembro/22.

No entanto, prevê a analista da Scot, para o médio prazo, com o fim da entrega dos bovinos de confinamento e o intervalo até a liberação dos bovinos engordados a pasto, pode haver uma diminuição na oferta de animais prontos para abate.

“A oferta mais contida, atrelada à expectativa positiva para o consumo interno no final do ano, deve limitar novas quedas na arroba, trazendo esperança para o mercado do boi gordo”, observa Julia.

Visão de mercado da IHS Markit – Nesta sexta-feira, 18 de novembro, pode-se afirmar que o mercado físico do boi gordo entrou em uma fase de maior demanda pela carne bovina, relata a consultoria.

Segundo a IHS Markit, o período será pautado pelo auge do consumo interno da proteína bovina, devido ao aumento do poder aquisitivo da população (entrada do 13º  salário), além das festas de fim do ano, incluindo a Copa do Mundo.

“Embora tenha-se observado ajuste nos preços de alguns cortes bovinos, não há registro de excedentes nas câmaras frias dos frigoríficos, o que cria um cenário de cotações (do boi gordo) mais sustentados para o resto do mês”, afirma a equipe de analistas da IHS, que acrescenta: “O ritmo atual das exportações gera suporte adicional”.

Sobre o movimento registrado nesta sexta-feira, a IHS observou um volume de negócios envolvendo boiadas gordas um pouco mais agitado em relação ao comportamento das últimas semanas, o que permitiu a ocorrência de movimentos de alta nos preços da arroba em algumas praças pecuárias do País.

“Com estoques ajustados e escalas de abate gradualmente mais apertadas, algumas indústrias frigoríficas aproveitaram o dia para concluir as programações da próxima semana”, relata a IHS.

Os ajustes nas referências de preço geraram mais liquidez ao mercado físico, encabeçada pela maior atuação de unidades de abate de médio e pequeno portes, acrescenta a consultoria.

Entre as principais regiões pecuárias do País, os preços da arroba reagiram nos Estados de RS, PR, MS, GO, MG e MA, segundo apuração da IHS desta sexta-feira.

A oferta mais ajustada de animais terminados, associada ao encurtamento das escalas de abate, ajudou na formação de preços mais firmes nas praças dos Estados citados no parágrafo acima, ressalta a consultoria.

Porém, em movimento contrário, as praças de Rondônia registraram queda no valor da arroba ao longo desta sexta-feira, informa a IHS.

No Estado da região Norte, as escalas de abate atendem 6 dias, em média, período suficiente para que as plantas frigoríficas locais trabalhem de maneira cadenciada no mercado do boi gordo.

No Rio Grande do Sul, boa parte das propriedades rurais está no período de monta, ao mesmo tempo em que há poucos animais com peso ideal para entrar na linha de abate, observa a IHS.

No Paraná, a oferta de animais terminados diminuiu bastante, ao mesmo tempo em que exportadores estão um pouco mais ativos nas compras de boiada gorda para atender compromissos com países do Oriente Médio.

No Mato Grosso do Sul, os preços mais firmes da arroba do boi gordo são obtidos a partir de negociações com os frigoríficos de médio e pequeno portes, segundo a IHS.

Em Goiás, a oferta de boiadas gordas está mais escassa e há uma firme procura por fêmeas, sobretudo novilhas.

Nas demais regiões do País, diz a IHS, a morosidade dos negócios persistiu, mas o pouco volume de transações manteve um quadro de preços do boi gordo estabilizados.

Na próxima semana, a primeira parcela do 13º salário será paga e também será efetuado o pagamento do Auxílio Brasil.

“Com uma maior entrada de massa salarial no período de início de Copa do Mundo, as expectativas são de que a última quinzena de novembro seja um pouco diferente do movimento habitual”, reforça a IHS, referindo-se ao mercado interno do boi gordo.

Paralelamente, o fluxo de embarque de proteína bovina ao exterior ainda demonstra avanço frente aos resultados do ano passado, fator que também auxilia na equalização dos estoques nas câmaras frias, continua a consultoria.

Na avaliação a IHS, as indústrias exportadoras brasileiras ainda são aquelas que mais limitam o ritmo de suas compras de boiada gorda, por terem uma boa cobertura de animais terminados oriundos de contratos a termo (negociação antecipada entre frigoríficos e pecuaristas).

Mesmo assim, afirma a IHS, a possibilidade de vendas mais consistentes no atacado brasileiro da carne bovina sugere volta desses agentes ao mercados spot.

Cotações máximas de machos e fêmeas nesta sexta-feira, 18/11
(Fonte: IHS Markit)

SP-Noroeste:

boi a R$ 278/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 261/@ (à vista)
vaca a R$ 244/@ (à vista)

MS-C.Grande:

boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 243/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 243/@ (prazo)
vaca a R$ 231/@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 243/@ (prazo)
vaca a R$ 231/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 241/@ (prazo)
vaca a R$ 229/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 244/@ (à vista)
vaca a R$ 230/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 240/@ (à vista)
vaca a R$ 230/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 271/@ (prazo)
vaca R$ 256/@ (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 268/@ (prazo)
vaca a R$ 253/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 261/@ (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 270/@ (prazo)
vaca a R$ 251/@ (prazo)

MG-B.H.:

boi a R$ 266/@ (prazo)
vaca a R$ 256/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 269/@ (à vista)
vaca a R$ 259/@ (à vista)

RS-Porto Alegre:

boi a R$ 285/@ (à vista)
vaca a R$ 255/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 281/@ (à vista)
vaca a R$ 255/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 248/@ (prazo)
vaca a R$ 241/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 248/@ (prazo)
vaca a R$ 238/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 259/@ (prazo)
vaca a R$ 251/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 266/@ (prazo)
vaca a R$ 256/@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 263/@ (à vista)
vaca a R$ 253/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 234/@ (à vista)
vaca a R$ 220/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 258/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 258/@ (à vista)
vaca a R$ 241/@ (à vista)

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