Acabou na manhã desta quarta-feira, 16 de janeiro, a reunião no Ministério da Economia com autoridades argentinas, prévia à visita de Estado do presidente Maurício Macri ao Brasil. No final da reunião, a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, disse apenas que, no encontro, foi tratado somente sobre “um novo olhar” sobre o Mercosul.
O ministro Paulo Guedes, quando provocado pela imprensa sobre se o bloco seria uma prioridade para o governo, apenas sorriu e não respondeu aos jornalistas.
No dia do resultado da eleição de Jair Bolsonaro, Guedes se irritou com a insistência de uma jornalista argentina que repetia essa pergunta. Na ocasião, o ministro disse que o Mercosul não era uma prioridade.
Dentre as autoridades, participaram da reunião com Guedes e Teresa Cristina o ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne, e o ministro da Produção e Trabalho do país, Dante Sica.
Cotas de importação
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, reúne-se nesta quarta-feira, 16 de janeiro, com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em Brasília, DF. A informação foi passada ontem pelo próprio sindicato. Entre os temas da reunião, está a criação de cotas para a importação de lácteos do Mercosul para recuperar a competitividade do setor leiteiro no Brasil.
“O panorama pode ser revertido com a criação de cotas de importações mensais da Argentina e do Uruguai que deem previsibilidade do volume que chegará ao Brasil”, disse Guerra em nota. “Em outubro e novembro do ano passado foi importado o dobro de produtos em comparação a 2017. Isso gera desequilíbrio comercial e enfraquece o mercado como um todo.”
Recentemente, em 10 de janeiro, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) também pediu ao governo federal a fixação de uma cota para importação de leite dos países do Mercosul. Sobre o que excederia o volume seria aplicada uma taxa de importação. A medida, argumentou na ocasião o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, é para “combater a crise no setor leiteiro”. Segundo ele, as compras sem limite do produto do bloco colocaram produtores brasileiros em desvantagem. “O ideal seria a definição de cotas para os países que são membros e evitaria a concorrência predatória dentro do bloco”, disse ele em nota. Ainda conforme a Faesc, as diferenças no custo de produção – incluindo encargos trabalhistas, questões tributárias e clima – geram para os vizinhos uma vantagem competitiva em relação aos pecuaristas do Brasil.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO