Queda de braço acirrada entre indústrias e pecuaristas
A falta de animais e as apertadas escalas de abate criam um quadro de forte especulação altista no mercado do boi gordo para este início de semana, relata na tarde desta segunda-feira a Informa Economics FNP.
“Observamos uma queda de braço entre pecuaristas e frigoríficos, sem saber ainda quem irá ceder”, diz a consultoria paulista.
Diferenciais de base se alongam, informa Agrifatto
Com avanços mais intensos do preço do boi gordo em São Paulo nos últimos meses, os diferenciais de base se alongaram nas principais praças pecuárias, informa boletim desta manhã de segunda-feira da Agrifatto.
Diferencial de base é a diferença de cotação da arroba do boi entre todas as regiões pecuárias e a praça de São Paulo (cálculos que também são utilizados como referência para o fechamento dos negócios no mercado futuro na bolsa de mercadorias B3).
No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o boi gordo está cotado atualmente em R$ 142/@ e, entre janeiro e abril, o diferencial médio, base São Paulo, passou de -7,68% para -9,43%, segundo levantamento da Agrifatto.
No Mato Grosso, as indicações estão em R$ 136/@ e o diferencial passou de -11,96% para -13,25% no mesmo período de comparação.
Indicador do bezerro sobe na praça de MS
O Indicador do Bezerro ESALQ (animal Nelore, de 8 a 12 meses) subiu quase 1% na última sexta-feira, em relação ao dia anterior, fechando a R$ 1.241,75, no Mato Grosso do Sul, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Os preços dos animais de reposição acompanham o movimento de alta das cotações do boi gordo, que encontram-se, nominalmente, próximos dos patamares recordes registrados ao longo do primeiro semestre de 2016.
A recuperação dos pastos, devido aos bons volumes de chuvas registrados nos últimos meses, também incentiva a procura por animais por parte dos recriadores e invernistas.
O Indicador do boi gordo atinge 159,10 e faz história
O Indicador Esalq/B3 do boi gordo bateu 159,10 (à vista) em São Paulo na sexta-feira passada, praticamente o mesmo valor nominal do recorde histórico do índice, criado há 25 anos e atingido em 4 de abril de 2016, quando bateu R$ 159,49. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
No acumulado do ano, o indicador apresenta valorização de quase 4% na praça paulista.
O movimento de alta nos preços do boi gordo observado nos últimos meses reflete principalmente a baixa oferta de animais terminados neste período de safra e a grande necessidade da indústria em preencher a escala de abate.