Apesar das fortes altas nos preços do boi gordo, a quantidade de arrobas necessárias para a compra de um bezerro aumentou em outubro de 2019 frente ao mesmo período de 2018, informou relatório mensal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Isso indica que, considerando os preços pecuários do mês passado, o pecuarista “precisa investir e produzir um animal mais pesado para conseguir fazer a reposição”, alertam os pesquisadores, em relatório.
+Frigoríficos perdem queda de braço com pecuaristas
+Cada dia um novo recorde nos preços do boi gordo
+Pequenas ofertas, grandes negócios
+Períodos de festas podem garantir bolso cheio dos pecuaristas
No entanto, o levantamento do Cepea não contempla as recentes disparadas no Indicador do boi gordo Esalq/B3/Cepea, que ontem (12) atingiu um novo patamar recorde, de R$ 184,25/@, à vista, em São Paulo.
De acordo com o Cepea, as altas nos preços anuais do bezerro “foram mais intensas frente às observadas para a arroba do boi gordo”. Diante disso, em outubro, pecuaristas do Estado de São Paulo precisaram de 8,32 arrobas de boi gordo para comprar um bezerro em Mato Grosso do Sul (considerando os Indicadores do boi Esalq/B3, no mercado paulista, e o Esalq/BM&FBovespa do bezerro, na praça do Mato Grosso do Sul).
Essa relação de troca significou um aumento 4% em comparação à troca registrada em outubro do ano passado, ou seja, os produtores precisam, este ano, de mais arroba para fazer a reposição – os cálculos foram realizados em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI de setembro/19).
A menor relação deste ano foi registrada em abril, de 7,96 arrobas de boi gordo/bezerro. De janeiro a outubro, a relação de troca média está em 8,29 arrobas, ante 8,13 arrobas no mesmo período do ano passado.
A reação nos preços de animais para reposição, segundo o Cepea, está atrelada à restrição de oferta de animais ao longo deste ano, o que, por sua vez, pode ser resultado do crescente volume de fêmeas (novilhas e vacas) abatidas no País nos últimos trimestres. Além disso, continuam os pesquisadores, a demanda brasileira por animais para abate está firme, tendo em vista o bom desempenho das exportações de carne bovina.