“Em um ano, bezerro já caiu R$ 1 mil. E é normal pelo ciclo”, aponta consultor

Apesar da queda de preço, para o pecuarista Pedro Barbizan Santiago Leite, a possível redução do rebanho de matrizes nessa conjuntura é a última das alternativas: "Dificilmente vou degolar a galinha dos ovos de ouro”.

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Por Ivaris Júnior

Em entrevista à jornalista Juliana Camargo para o programa “Mercado Pecuário”, o engenheiro agrônomo César de Castro Alves, consultor de agronegócio do Itaú BBA, analisou a queda de preço do bezerro e seu peso na troca por boi gordo – atualmente, em quase 2 para 1, e de 1,7 para 1, em julho do ano passado (boi de SP, bezerro de MT) .

Tudo isso pela óptica de um período de inversão do ciclo pecuário: de uma fase de retenção de matrizes para uma de desova para equilibrar a oferta de produtos.


Foto: Divulgação

“Em um ano, o preço do bezerro já caiu R$ 1 mil. E é normal pelo ciclo!”, afirmou o consultor (assista ao programa na íntegra no final da reportagem).

Pedro Barbizan Santiago Leite, da Fazenda Boi Verde (Tupã, SP) é um importante pecuarista especializado em cria de sua região, tanto em volume quanto em qualidade do produto. Ele coloca no mercado, anualmente, 1.300 bezerros desmamados para recria e engorda.

Em sua análise, o período ainda é de “transição de ciclo”, e a desvalorização ainda não castigou tanto; nas cotações de sua praça, está entre R$ 500 a R$ 600/cabeça. “Entendo que quantidade e potencial das crias ajudam a segurar os preços”, explica.

Para Leite, o mercado recuou, mas a demanda ainda continua grande. “Os nossos produtos vão cercados de tecnologia, da ultrassonografia de carcaça para conhecer os bezerros por dentro e suas respectivas capacidades de respostas nos variados sistemas, até manejo, nutrição e diferencial genético. Penso que produtos assim são os últimos a sentir um mercado desfavorável, por enquanto”.

As altas e baixas da bovinocultura de corte e seus segmentos, decorrentes dos ciclos, não são mais novidades e boa parte dos produtores sabem lidar com elas.

Foto: Arquivo pessoal

“Na época das vacas magras, o negócio é produzir mais com o mesmo, retirar o máximo do potencial de cada cria e comprar bem os insumos atualmente com preços crescentes”, diz o criador. Para ele, aliás, essa é a maior dificuldade. “De modo geral, os pecuaristas estão sozinhos e não se organizam, por exemplo, como os paranaenses, em cooperativas, para ter maior poder de barganha nas suas compras. Então, o melhor é se unir”.

Baixar custos impõe a necessidade de se reinventar a cada dia, dentro da atividade. E muitas vezes, a ação ocorre, por exemplo, por meio de tecnologias.

“Utilizamos genética de animais melhoradores no consumo alimentar. Queremos que cada um deles engorde mais, com o mínimo de comida. De modo que nessas horas de aperto, essa condição do rebanho ajuda muito na sobrevivência a um período de renda mais apertada”, explica o criador.

Para muitos, na inversão do ciclo pecuário, uma das primeiras ações para se proteger e até equilibrar o caixa é programar o abate de fêmeas.

Segundo o IBGE, no 1º trimestre de 2022, os abates em geral cresceram 5%, no Brasil; enquanto que os de vacas e novilhas, 13%, “comprovando a participação crescente das fêmeas”, segundo o consultor do Itaú BBA.

Mas, para Leite, a possível redução do rebanho de matrizes nessa conjuntura é a última das alternativas. “Se meu negócio é produzir bezerros, posso até fazer ajustes, mas dificilmente degolar a galinha dos ovos de ouro”, justifica.

Mercado físico do boi gordo em alta, mas os preços futuros recuam; entenda os motivos

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