Uma parceria entre a Culttivo, fintech de São Paulo (SP) do setor agro, e a também paulista Augme Capital deve movimentar ainda mais o mercado de crédito para a cafeicultura. Serão desembolsados até R$ 50 milhões para a compra dos créditos originados pela fintech.
Por meio de nota, ambas empresas esclarecem que um dos motivos da parceria foi o fato de os Certificados de Depósito Agropecuário e Warrant Agropecuário (CDA/WAs), modalidade negociada entre as duas empresas, serem títulos considerados bastante seguros, mas ainda pouco conhecidos dos investidores brasileiros.
“Como não possuímos um time de originação, estamos sempre buscando parceiros para nos trazer boas oportunidades de investimento. No caso da parceria com a Culttivo, encontramos neles não só a competência e expertise de pessoas que trabalham na indústria cafeeira há bastante tempo, bom relacionamento com os produtores rurais, mas também uma ótima governança na esteira de emissão de crédito”, afirma Marcelo Urbano, diretor de investimentos da Augme Capital.
Sobre os pontos fortes da operação em si, Urbano destacou a plataforma de originação de crédito a produtores rurais por meio de CDA/WAs lastreados em café arábica depositado em armazéns credenciados na B3.
“Os armazéns parceiros atendem a padrões diferenciados de controles, com seguro embutido, mitigando-se assim os principais riscos. Com esta estrutura montada, a Culttivo ajuda o produtor rural, que consegue utilizar o café já colhido para ampliar seu acesso a crédito, barateando seu custo de dívida; e o credor, no caso os fundos da Augme, consegue investir a uma taxa atrativa, dada a segurança obtida”, disse.
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O CEO da Culttivo, Gustavo Foz, comemora o fechamento da parceria e acredita que esta estrutura poderá ser ampliada. “Estamos no mercado há pouco mais de 60 dias e já conseguimos um parceiro forte e um volume de cliente considerável. Isso nos motivou a aumentarmos nossa projeção de crescimento. Esperamos em pouco mais de dois anos atingir 500 milhões de reais em crédito para a cadeia produtiva do setor cafeeiro”, afirma.
Saiba mais
As fintechs são majoritariamente startups que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro e o uso delas pelos brasileiros cresce de forma acelerada. Em 2015 eram apenas 16% dos brasileiros que usavam o serviço. No ano passado o número atingiu cerca de 64% dos brasileiros.
Entre os mais jovens, a participação é ainda maior: 72%. Com a digitalização imposta pela pandemia, em 2020, o crescimento deve ser ainda mais exponencial.