A médica veterinária Camila Bianconi, que integra a equipe que desenvolveu o soro anti-covid no Instituto Butantan (IB), figura entre as 26.200 profissionais do sexo feminino registradas em SP e ajuda escrever um importante capítulo da história da ciência. Foram aproximadamente seis meses de trabalho com os cavalos do IB, que produziram anticorpos contra a doença, informa o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
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O soro foi testado em hamsters e, em 5 de março, o instituto protocolou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido para que pacientes com a doença possam ser tratados; a Anvisa será responsável pelas análises clínicas. Nesta etapa, será possível determinar os parâmetros para o uso do soro, tais como dosagens, em que fase da doença pode ser administrado, bem como especificações quanto a perfis de pacientes.
“Participei da fase do recebimento do antígeno, seleção dos animais, imunização dos cavalos e acompanhamento da resposta imune dos animais, que foram monitorados diariamente até que fossem feitas as coletas”, conta Camila Bianconi (foto), coordenadora de produção e responsável técnica do departamento de obtenção de plasma hiperimune do IB.
Sobre estar entre os profissionais envolvidos neste importante trabalho, em prol da saúde pública não apenas brasileira, mas mundial, Camila fala em gratidão com o mesmo olhar de amor pelos equinos que a fizeram começar sua jornada na Medicina Veterinária.
Incentivo desde a infância – Um dos principais incentivadores desta trajetória é o pai de Camila, que chorou ao saber da participação da filha no desenvolvimento do soro. “Ele nunca teve uma visão machista e sempre me incentivou a ir em busca do que eu queria. Foi assim a minha criação”, diz médica-veterinária.
Com este apoio e muita obstinação em se realizar profissionalmente que Camila se graduou, fez mestrado em imunidade de potros e se dedica ao doutorado em clínica e cirurgia. Camila chegou ao IB há dois anos e demonstra uma grande satisfação por integrar o quadro de profissionais da fazenda do órgão, em São Roque, no interior de SP, onde estão cerca de mil cavalos.
“O instituto é um grande orgulho brasileiro e os cavalos tem uma importância enorme para o desenvolvimento de soros disponíveis hoje para doenças como tétano, botulismo e raiva”, frisa Camila, que ainda enfatiza o destaque internacional dos recursos tecnológicos utilizados no IB, que contribuem também para maior bem-estar aos animais.
Fonte: Ascom CRMV-SP