O mercado do boi gordo iniciou abril sem tendência definida, embora haja sinais de que o movimento de queda da arroba possa se fortalecer no curtíssimo prazo, diante do enfraquecimento no ritmo de compras dos frigoríficos.
“As escalas de abate seguem encurtadas e muitas indústrias estão fora das compras ou em férias coletivas, principalmente em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, informa nesta quarta-feira a Agrifatto.
De acordo com a consultoria, tal posicionamento de cautela se deve, sobretudo, ao cenário de incerteza imposto pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Segundo a consultoria, os pequenos e médios frigoríficos possuem ainda mais dificuldade em repassar a carne estocada nas câmaras frias e, por isso, adiam novos abates.
“No atacado, as vendas de carne bovina andam de lado, enquanto alguns varejistas estão cancelando os pedidos devido ao baixo escoamento de proteína bovina”, destaca a Agrifatto.
De acordo com a Informa Economics FNP, a baixa procura pela carne bovina no varejo brasileiro tem contribuído para uma lenta reposição do produto nas gôndolas dos supermercados e açougues, enquanto diversos restaurantes, bares, escolas e outros serviços seguem fechados por causa das medidas sanitárias de prevenção à Covid-19. “A retração na demanda por carne bovina impossibilita maiores ajustes nos preços dos cortes”, afirma a consultoria.
Na avaliação da FNP, muitos frigoríficos, com dificuldade de repassar a elevação dos custos aos preços da carne, escolhem operar com capacidade reduzida visando preservar as suas margens operacionais.
Do lado da oferta, o pecuarista continua mantendo a posição de cautela, optando por segurar a boiada gorda no pasto.
Segundo a FNP, embora a arroba ainda oscile na casa de R$ 200 em São Paulo, as cotações elevadas do gado para reposição provocam uma maior resistência dos pecuaristas para venda do boi gordo.
Neste contexto, nesta quarta-feira, o valor do boi gordo registrou grande volatilidade, oscilando tanto para cima quanto para baixo, dependendo da praça pecuária. Na região Norte do País, apurou a FNP, o preço do gado terminado registrou queda em praças do Tocantins e de Rondônia. Por sua vez, no Pará, a arroba da boiada se valorizou.
Em Mato Grosso do Sul e Goiás, os preços do boi gordo também registram ajustes positivos. Em Mato Grosso, seguiu caminho contrário. Já no estado de São Paulo, a arroba ficou estável, a R$ 204 a prazo, de acordo com a FNP.
Confira as cotações desta quarta-feira, 1/4:
SP-Noroeste: R$ 204/@ a (prazo)
MS-Dourados: R$ 187/@ (à vista)
MS-C. Grande: R$ 187/@ (prazo)
MS-Três Lagoas: R$ 187/@ (prazo)
MT-Cáceres: R$ 185/@ (prazo)
MT-Tangará: R$ 181/@ (prazo)
MT-B. Garças: R$ 183/@ (prazo)
MT-Cuiabá: R$ 179/@ (à vista)
MT-Colíder: R$ 172/@ (à vista)
GO-Goiânia: R$ 192/@ (prazo)
GO-Sul: R$ 187/@ (prazo)
PR-Maringá: R$ 182/@ (à vista)
MG-Triângulo: R$ 192/@ (prazo)
MG-B.H.: R$ 187/@ (prazo)
BA-F. Santana: R$ 182/@ (à vista)
RS-P.Alegre: R$ 192/@ (à vista)
RS-Fronteira: R$ 189/@ (à vista)
PA-Marabá: R$ 187/@ (prazo)
PA-Redenção: R$ 185/@ (à vista)
PA-Paragominas: R$ 189/@ (prazo)
TO-Araguaína: R$ 185/@ (prazo)
TO-Gurupi: R$ 181/@ (à vista)
RO-Cacoal: R$ 168/@ (à vista)
RJ-Campos: R$ 187/@ (prazo)
MA-Açailândia: R$ 176/@ (à vista)