Na mão do pecuarista, o “mapa da mina” para emissão zero de GEE

GTPS aponta caminhos para a cadeia produtiva da pecuária de baixa emissão de carbono; iniciativa dá norte àqueles que querem acertar o passo com a nova revolução do setor.

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À revelia daqueles que entendem a busca por uma atividade sustentável como mais um rol de custos para jogar em cima da arroba produzida, agentes importantes da cadeia produtiva da carne bovina estão hasteando a bandeira da sustentabilidade, de olho ao atendimento das demandas internacionais e até aos consumidores brasileiros mais exigentes.

O Grupo de Trabalho Pecuária Sustentável (GTPS), entidade sem fins lucrativos criada em 2007 com o compromisso de estimular o desenvolvimento sustentável da pecuária por meio de articulação entre os elos de sua cadeia de produção, realizou webinar no dia 18 de outubro apresentando o “mapa da mina” para se reduzir as emissões de carbono; clique AQUI.


São diretrizes para que o produtor possa se localizar com seu contexto produtivo e implante um trabalho de baixo carbono, amparado por metodologias mais indicadas e consultorias previamente selecionadas.

Por meio de etapas a serem cumpridas e apoios – inclusive, de financiamentos – o pecuarista tem um caminho claro para alcançar o tesouro em até dez anos.

Para se ter uma ideia do problema, levantamento realizado pela Minerva Foods em parceria com a Embrapa apurou que metade das fazendas consultadas era negativa no sequestro de carbono.

A notícia boa, segundo Pedro Amaral, gerente sênior de Sustentabilidade Global da Mars, é que o Brasil possui boa parte das tecnologias para reverter esse quadro.

O evento do GTPS foi transmitido no YouTube (Foto: Reprodução)

Gracie Verde Selva, cientista ambiental, coordenadora e porta-voz do GT Clima, além de gerente executiva de Sustentabilidade da Minerva Foods, patrocinadora do encontro online, explica que os meses de trabalho do grupo foram voltados a definir metodologias e práticas afinadas com o pensamento global para que os criadores alcancem os objetivos.

Obstáculos no caminho – O grupo reconhece que há uma série de desafios para os certificadores internacionais aceitarem os indicadores (métrica) brasileiros, a começar da produção científica nacional estar no idioma português. Outro entrave é a tropicalização das metas, pois as realidades produtivas são muito distintas das europeias e norte-americanas.

Outro ponto levantado é por onde se começa o processo. O plano do GT Clima não é excludente e ensina encontrar o fio da meada. Por exemplo, cita como ponto de partida conhecer o nível de carbono já sequestrado no solo da fazenda, por meio de análise física, química e orgânica. “Adoção de técnicas e estratégias para a recuperação da terra é uma boa largada”, esclarece Selva.

Um suporte vasto de pesquisas e mensurações que avançam muito na tropicalização está em posse da Embrapa. Trata-se de um conhecimento já aplicado, como plantio direto, integração lavoura-pecuária (ILP), integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), reforma e manejo de pastagens; tudo passando pela revitalização do solo.

A cadeia produtiva da carne bovina sob pressão – O GTPS tem 70 integrantes que representam os elos da cadeia produtiva do boi: insumos e serviços, produtores, indústrias, varejos e restaurantes, sociedade civil e instituições financeiras. Todos estão representados nos GTs da entidade: Terra (mudanças no uso do solo), Rastreabilidade, Clima (emissão de GEE) e Leite.

Na execução das atividades do GT Clima que durou cinco meses, foi proposto a assinatura de um termo para engajar as organizações associadas ao GTPS das categorias das Indústrias, Insumos e Setor Produtivo, de modo a implementar ações e estratégias que visem redução das emissões de GEE e contribuam para a redução dos impactos no clima (aquecimento do planeta).

Para Pedro Amaral, é preciso alinhar ambições e metodologia entre os integrantes dessa cadeia produtiva. Ele cita como exemplo a Mars, que possui vários compromissos internacionais com a mitigação dos GEE, por meio de metas bastante definidas. Tudo está bem desenhado no seu planejamento estratégico.

“Em torno de 80% das emissões estão na produção de matéria-prima por parte dos fornecedores de insumos de origem animal. Logo não há como alcançar nossos objetivos sem que os produtores rurais façam sua parte. Por isso, sempre que for mais barato investir na cadeia produtiva, a empresa deixará os créditos de carbono de lado. Não há como caminhar sozinha nesse contexto”, afirma o executivo.

Um pensamento comum na mesa – Entre os debatedores é unânime a visão de que o Brasil tem imensa oportunidade, em um curto espaço de tempo, de se tornar o principal país prestador de serviços ambientais no mundo e ter grande acesso ao crédito de carbono, que pode ser a principal fonte de recursos para a sustentabilidade produtiva na sua economia.

Além de Amaral e Selva, participaram do debate Luiza Bruscato (gerente executiva do GTPS), Beatriz Pressi M. da Silva (mediadora e técnica do GTPS); Helen Estima, gerente de projetos de Sustentabilidade da SIA (Serviço de Inteligência do Agronegócio); José Antônio Ferreira, coordenador de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Marfrig Group; e Gabriel Mambula, consultor técnico da Federação da Agricultura do Mato Grosso do Sul (Famasul).

O GTPS oferece ainda dois serviços. O GIPS (Guia de Indicadores de Pecuária Sustentável) define indicadores de sustentabilidade da cadeia produtiva; a construção e harmonização de pactos entre seus elos; e seu fortalecimento na busca por reconhecimento e legitimidade, tendo em foco a legislação brasileira e os princípios globais.

O outro serviço é o MIPS (Mapa de Iniciativas da Pecuária Sustentável) que reúne experiências de produtores, grupos deles e de empresas, estampando uma vitrine para estimular outros agentes e investidores a engrossarem o movimento.

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