Na volta do feriado de prolongado de Natal, o mercado do boi abriu a segunda-feira (27/12) em ritmo calmo, com poucos negócios concretizados, o que resultou em preços estáveis (porém, bastante firmes) na grande maioria das praças brasileiras.
“Vale lembrar que poucas indústrias frigoríficas abrem preços na segunda-feira, uma vez que, antes de traçar a estratégia de compra de gado, elas buscam avaliar as vendas de carne bovina no final de semana e os seus estoques nas câmaras frias”, observam os analistas da IHS Markit.
Porém, continua a consultoria, a dificuldade em comprar animais terminados em volumes mais expressivos força algumas indústrias a aceitar os preços sugeridos pelos pecuaristas que ainda contam com boiada gorda.
“Como na semana anterior, grande parte das unidades de abate se empenha em manter as suas escalas avançadas”, diz a IHS, acrescentando que, no momento, há uma maior procura para boi padrão China. “O tamanho do lote, a idade dos animais, a qualidade, ou mesmo a proximidade das plantas frigoríficas ainda são determinantes para valores diferenciados”, ressaltam os analistas.
Segundo apurou a Scot Consultoria, em São Paulo, o mercado do boi gordo abriu a semana com preços estáveis, porém firmes.
“Com as escalas já completas para o final de 2021 em boa parte das indústrias frigoríficas e poucos vendedores e compradores ativos na manhã de hoje, as cotações do boi, vaca e novilha gordos permaneceram estáveis em São Paulo frente à última quinta-feira (23/12)”, relatam os analistas da Scot.
Com isso, o boi gordo está apregoado em R$ 320/@, a vaca gorda em R$ 300/@ e a novilha gorda em R$ 315/@ (preços brutos e a prazo).
Para bovinos até quatro dentes, ou seja, o chamado “boi-China”, os negócios são fechados por até R$ 335/@ nas praças paulistas, informa a Scot.
Da porteira para dentro, a presença de ofertas de boiadas gordas segue baixa, visto que muitos produtores só deverão retornar ao mercado em janeiro, relata a IHS Markit.
As boas condições de pasto no Centro-Norte do Brasil também favorecem o manejo e retenção de animais nas fazendas.
Entre as praças pecuárias do Brasil, as altas foram mais efetivas no Mato Grosso, Goiás e Pará, diz a IHS.
“Nesses Estados, algumas plantas frigoríficas estão trabalhando para garantir ofertas de animais até o final de primeira semana de janeiro”, afirma os analistas.
Segundo a IHS, a demanda por boi-China tem dado suporte adicional aos preços do boi gordo nessas regiões. Especialmente no Centro-Oeste, o tamanho e idade do lote segue decisivo a formação de preços diferenciados.
No Pará, lotes volumosos oriundo de confinamento foram negociados na até R$ 300/@ (valor bruto e a prazo). Nas demais regiões, apesar dos preços estáveis, mercado segue firme e especulado.
Na B3, os contratos futuros do boi gordo fecharam a sessão da semana passada com tímidas perdas. Como já mencionado, agentes do setor seguem cautelosos.
Apesar da perspectiva de crescimento das exportações com o retorno da China e Rússia, a crise econômica e o baixo poder de compra do consumidor brasileiro são problemas que devem limitar o consumo doméstico de carne bovina, observa a IHS.
Outro ponto em questão é a quebra da safra de grãos 2021/22 na região Sul do Brasil, o que poderá manter os preços do milho e farelo em patamares elevados, alerta a IHS.
No atacado, a oferta enxuta de carne bovina, associada ao firme ritmo da demanda tem dado suporte aos preços dos principais cortes bovinos, que voltaram a subir.
“A última semana de dezembro é historicamente mais ativa no mercado de carne bovina por efeito das festividades de final de ano”, informa a IHS.
O ritmo mais acelerado dos embarques ao exterior e o ritmo cadenciado dos abates de animais devem manter um quadro de suporte aos preços no curtíssimo prazo, ao menos até a virada de mês.
Os baixos preços das carnes concorrentes, porém, devem limitar altas mais expressivas nas cotações da carne bovina, dizem os analistas.
Cotações máximas desta segunda-feira, 27 de dezembro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 330/@ (prazo)
vaca a R$ 307/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 320/@ (à vista)
vaca a R$ 298/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 317/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 316/@ (prazo)
vaca a R$ 298/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 302/@ (prazo)
vaca a R$ 291/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 302/@ (prazo)
vaca a R$ 291/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 301/@ (prazo)
vaca a R$ 292/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 302/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 291/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca R$ 302/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 317/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 315/@ (à vista)
vaca a R$ 296/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 327/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 307/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 305/@ (à vista)
vaca a R$ 296/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 327/@ (à vista)
vaca a R$ 309/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 327/@ (à vista)
vaca a R$ 309/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 281/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 279/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 292/@ (prazo)
vaca a R$ 283/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 281/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 291/@ (à vista)
vaca a R$ 278/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 298/@ (à vista)
vaca a R$ 281/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 307/@ (prazo)
vaca a R$ 286/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 280/@ (à vista)
vaca a R$ 266/@ (à vista)
