Unipasto lança plataforma de rastreabilidade para garantir origem e autenticidades das sementes vendidas por seus associados
A Associação para Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto) apresentou em outubro, durante evento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto, SP, sua Plataforma para Rastreabilidade Segura de Sementes, baseada em um aplicativo e um selo de segurança aplicado à sacaria. O objetivo da Unipasto é diferenciar as sementes legais produzidas por seus associados das sementes piratas, cujo comércio movimenta cerca de R$ 70 milhões/ano. A etiqueta “Semente Legal” já acompanha as sacas da Unipasto desde janeiro deste ano e carrega uma série de recursos que impedem sua falsificação. Em entrevista, o diretor-executivo da associação, Marcos Roveri, dá mais detalhes:
DBO – Quais os prejuízos causados à pecuária pelas sementes piratas?
Roveri – Principalmente baixa produtividade forrageira, maior contaminação por pragas e doenças, que resultam em pastos mal formados e com deficiências nutricionais. Ao adquirir um material clandestino, ele também deixa de contribuir para o fomento da pesquisa voltada ao desenvolvimento de novas cultivares. Agora o produtor tem ferramentas para coibir fraudes.
DBO – Onde é colocado o selo e que informações ele fornece ao produtor?
Roveri – O pecuarista pode ver a etiqueta em todas as sacarias das sementes desenvolvidas pela Embrapa e protegidas para produção e comercialização exclusiva da Unipasto: as braquiárias Paiaguás e Ipyporã e os panicuns Zuri, Tamani e Quênia.
O selo garante ao produtor que ele está adquirindo sementes autorizadas e de qualidade e também representa segurança para revendas e distribuidores. No entanto, os benefícios vão muito além. O selo carrega um código único rastreável, conhecido como QR Code, que dá acesso a uma série de informações de rastreabilidade dentro da cadeia de produção, a partir da Unidade de Beneficiamento, a UBS. Por meio dele, a pessoa tem acesso, por exemplo, a diversos dados de origem, de licenciamento e ao termo de conformidade. A leitura deste código é feita pelo aplicativo “Semente Legal”, que pode ser baixado gratuitamente na Internet.
DBO – Esta etiqueta não está sujeita a falsificações?
Roveri – É praticamente impossível. Ela carrega oito dispositivos de segurança, alguns visíveis a olho nu, como o próprio código microtextos, microcortes,código único criptografado e impressão em alto-relevo. A tinta é a mesma utilizada pela Casa da Moeda do Brasil para imprimir notas de dinheiro, mudando de cor, conforme o ângulo de visão. Caso haja alguma tentativa de falsificação, no momento da leitura do código o aplicativo identificará o fraudador e oferecerá a possibilidade de denúncia. A plataforma permitirá mapear cada cultivar por todo o País. No momento em que alguém fizer a leitura do código pelo aplicativo, saberemos em que município ele está.
DBO – Esse aplicativo carrega outras informações?
Roveri – Além de conteúdo próprio, ele está sendo ajustado para funcionar de forma conjugada com o aplicativo Pasto Certo, da Embrapa, que traz os principais dados sobre as cultivares de forrageiras tropicais lançadas e licenciadas pela instituição no Brasil. Está disponível para os sistemas operacionais Android e iOS. Além de dar maior segurança ao produtor na hora da compra das sementes, o aplicativo também emite relatórios gerenciais que podem ajudar os órgãos públicos a melhor fiscalizar o setor.