Os produtores de leite no Brasil perceberam uma queda significativa nas suas margens a partir de junho, com preços menores e custos em alta.
Após um primeiro semestre de preços elevados e custos controlados, que permitiram um aumento na produção em 3% (comparado com os primeiros seis meses de 2018), os preços ao produtor caíram quase R$0,20 de junho até agosto.
Os custos da ração apresentaram aumentos com a depreciação do real e variações no mercado internacional. Assim, a produção deve desacelerar no segundo semestre para um aumento de apenas 1.5% comparado com o mesmo período de 2018.
Enquanto os produtores tiveram um primeiro semestre positivo, a indústria tem enfrentado margens baixas ou negativas ao longo do ano. Em especial, os produtores de leite UHT sentiram os impactos dos preços elevados no campo e demanda fraca.
A estagnação da economia brasileira, com desemprego ainda muito elevado, tem afetado a demanda do consumidor final e limitado qualquer movimento de repasse de custos por parte da indústria para o produto final. A demanda deveria apresentar alguma melhora no segundo semestre, porém ainda será um cenário desafiador para várias categorias.
Dados de vendas no varejo da Nielsen apontam sinais de melhora para a cesta de lácteos. Os queijos devem continuar crescendo no segundo semestre, com o requeijão como destaque. Os últimos meses do ano ainda serão desafiadores enquanto a economia não apresente melhoras significativas, que levem a um aumento da demanda por alimentos e lácteos. Os produtores enfrentaram margens menores, o que deve impactar na desaceleração da produção no campo.