Nesta tarde de quinta-feira, 2 de setembro, todos os envolvidos na cadeia produtiva da carne bovina – dos pecuaristas aos frigoríficos – seguem apreensivos em relação ao andamento das investigações por parte do Mapa (Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária) sobre a suspeita de um caso no Brasil de Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE, na sigla em inglês – conhecida como “doença da vaca louca”) atípica, em Minas Gerais.
No entanto, na avaliação de Lygia Pimentel, pecuarista e presidente da consultoria paulista Agrifatto, apesar das muitas dúvidas em relação ao possível caso, “o prejuízo” já foi contabilizado pela cadeia pecuária de corte.
“Não adianta tapar o sol com a peneira, deixar o pecuarista no escuro, fingir que nada está acontecendo”, diz ela em novo episódio de podcast da Agrifatto, intitulado “O que sabemos sobre a suspeita de EBB no Brasil e quais as possibilidades a partir daqui”.
Segundo Lygia, desde ontem (1/09) ela passou a receber mensagens dos “gringos” querendo saber mais detalhes sobre o espinhoso assunto. “Recebi e-mails de analistas da Austrália e dos Estados Unidos, e também de representantes de compradores de carne na China”, conta a presidente da Agrifatto.
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Além disso, diz Lygia, ela recebeu a confirmação de que frigoríficos presentes no Brasil já estariam paralisando os embarques de carne bovina ao exterior, e também as ordens de compras de boiadas terminadas.
“Essas confirmações vieram de fontes confiáveis dentro da indústria; ou seja, prejuízo já teve, agora resta esclarecer o caso”, reforça ela, sem relevar os nomes dos informantes.
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Lygia também cita o tombo de ontem do indicador Cepea do boi gordo (praça paulista), que fechou negociado a R$ 305,50/@, queda diária de 2,5% sobre o valor do dia anterior, de R$ 313,40 (cotação em 31 de agosto).