Os preços da soja em grão seguem renovando as máximas nominais no Brasil. Na parcial de agosto (até o dia 21), o Indicador Esalq/BM&FBovespa Paranaguá (PR) subiu significativos 11,5%, indo para R$ 132,80 a saca de 60 kg na sexta-feira, 21 de agosto – patamar recorde nominal da série histórica do Cepea, iniciada em março de 2006. Em termos reais, os valores negociados na última semana se aproximam do patamar recorde da série do Cepea, de R$ 139,20 a saca, registrado em setembro de 2012 (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de julho/20). As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (24/8) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Quanto ao Indicador Cepea/Esalq Paraná, este avançou 13,9% na parcial deste mês, indo para R$ 126,96 a saca de 60 kg na sexta, também máxima nominal e o maior patamar real desde setembro de 2012, quando a média mensal foi de R$ 132,95 a saca. Já o recorde real dessa série, por sua vez, de R$ 149,71 a saca, foi registrado em outubro de 2002.
Segundo pesquisadores do centro de estudos da Usp, além do baixo excedente interno, o movimento de alta está atrelado à apreciação do dólar frente ao Real, que mantém a commodity brasileira mais atrativa aos importadores. Além disso, a demanda doméstica por novos lotes de grãos também está firme, tendo em vista a aquecida procura por farelo e óleo de soja.
Diante disso, vendas de soja para entrega entre fevereiro e julho de 2022 também já vêm sendo verificadas (safra 2021/22). Pesquisadores do Cepea indicam que esse tipo de comercialização envolvendo o produto que será colhido daqui duas safras é um fato inédito.
