O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) investiga possível caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como a “doença da vaca louca”, no País.
Questionada pelo Portal DBO sobre o assunto, a pasta encaminhou a seguinte nota:
“Como membro da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o Brasil adota os procedimentos de vigilância, investigação e notificações recomendadas pela instituição. Casos em investigação são corriqueiros dentro dos procedimentos de vigilância estabelecidos e medidas preventivas são adotadas imediatamente para garantir o controle sanitário. Uma vez concluído o processo em investigação, os resultados serão informados”.
Por que atípica – Segundo o médico veterinário Enrico Ortolani, professor titular da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP) e colunista da DBO, a presença de casos atípicos de “doença da vaca louca” são considerados completamente normais.
Powered by DBO Ads Pro“Geralmente, eles ocorrem em animais muito velhos, acima de 13 anos de idade e que não deveriam ser mantidos numa bem conduzida propriedade de corte ou de leite”, diz Ortolani.
O mal ocorre espontaneamente a partir de uma mutação de uma estrutura biológica, conhecida como príon, uma proteína presente nas células do cérebro do bovino. Esse príon passaria de normal para anormal e de forma descontrolada, mas sem qualquer caráter infeccioso, pois os animais morrem e não são empregados para alimentação de outros animais.
“Considero casos atípicos como normais, pois estudos populacionais indicam que essa mutação ocorre na ordem de 1 caso por ano para cada 100 milhões de bovinos adultos. Assim, qualquer tendência de baixa na arroba por causa destes animais ou a decisão de alguns países de não comprarem nossa carne é completamente indevida e oportunista”, afirma o pesquisador.