Trabalho no chão das fábricas espalha Covid-19 na indústria de carnes dos EUA

Funcionários de unidades industriais adoecem e deixam empregos em meio ao caos. Canadá também vem sendo afetado

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No Colorado, EUA, quase um terço dos trabalhadores de uma fábrica de carne bovina da JBS USA, filial da gigante brasileira JBS, ficou em casa em meio a preocupações de segurança nas últimas duas semanas, pois um funcionário de 30 anos da unidade morreu após complicações do vírus, descreve reportagem da agência norte-americana Reuters. E, desde que uma fábrica de suínos da empresa canadense Olymel, em Quebec,  foi fechada em 29 de março, o número de trabalhadores que deram positivo para o coronavírus quintuplicou para mais de 50, segundo o sindicato local.

A instalação de Quebec e pelo menos outras dez na América do Norte fecharam ou reduziram temporariamente a produção nas últimas duas semanas por causa da pandemia, interrompendo as cadeias de suprimento de alimentos que lutaram para acompanhar o aumento da demanda nos supermercados, relata a Reuters.


De acordo com mais de uma dúzia de entrevistas com trabalhadores de fábricas nos EUA e no Canadá, líderes sindicais e analistas da indústria, a falta de equipamento de proteção e a natureza do trabalho “cotovelo a cotovelo” –  necessário para desossar galinhas, cortar bifes e presuntos – estão aumentando os riscos de contaminação dos funcionários e limitando a produção de alimentos.  Os Estados Unidos e o Canadá estão entre os maiores exportadores mundiais de carne bovina e suína.

A JBS USA teve que reduzir a produção de carne bovina em uma grande fábrica em Greeley, Colorado, pois de 800 a 1.000 trabalhadores passaram a ficar em casa desde o final de março, disse Kim Cordova, presidente do sindicato local United Food and Commercial Workers (UFCW), que representa funcionários. “Não há pessoas suficientes”, disse Kim. Ela acrescentou que o sindicato sabia de pelo menos 50 casos e duas mortes entre funcionários até a última sexta-feira, de acordo com reportagem da Reuters. Saul Sanchez, um trabalhador da fábrica da JBS no Colorado, conhecido carinhosamente como “avô” entre alguns colegas de trabalho, deu positivo para o vírus e morreu em 7 de abril, aos 78 anos, de acordo com sua filha, Beatriz Rangel. “Estou com o coração partido porque meu pai era tão leal”, disse Rangel.

A JBS USA confirmou que um funcionário com três décadas de experiência morreu de complicações associadas ao COVID-19, sem nomear Sanchez. A empresa disse que ele não trabalhava desde 20 de março, no mesmo dia em que a JBS retirou pessoas com mais de 70 anos de suas instalações por precaução. Ele nunca foi sintomático enquanto trabalhava e nunca trabalhou na unidade quando estava doente, segundo a empresa. A JBS disse que estava trabalhando com os governos federal e estadual para obter testes para todos os funcionários da fábrica.

Falta de máscaras

Na fábrica de frangos da Wayne Farms em Decatur, Alabama, EUA, alguns trabalhadores estão chateados porque a empresa recentemente fez com que os funcionários pagassem máscaras, disse Mona Darby, líder local de centenas de avicultores nos setores de varejo, atacado e departamento. “Minha vida está em risco porque estamos trabalhando lado a lado”, disse ela.

A Wayne Farms, com vendas anuais superiores a US$ 2 bilhões, está tentando obter máscaras para distribuir aos funcionários, embora os suprimentos sejam limitados, disse o porta-voz Frank Singleton. Ele disse que não conhecia nenhum caso em que os funcionários fossem cobrados por máscaras.

Os trabalhadores de uma fábrica de frango da Tyson Foods em Shelbyville, Tennessee, EUA, compraram as suas próprias máscaras, disse Kim Hickerson, que carrega frango em caminhões e é líder sindical. Alguns estão falando em desistir porque têm medo de ficar doentes, disse ele. “Eu apenas coloco nas mãos de Deus”, disse ele.

A Tyson, a maior produtora de carne dos EUA, está trabalhando para encontrar mais equipamentos de proteção individual para os funcionários, disse o porta-voz Worth Sparkman. A empresa aumentou a limpeza nas instalações e procurou espaçar os funcionários, o que pode retardar a produção, segundo um comunicado.

Os trabalhadores perderam a confiança na empresa canadense Olymel depois que um surto de coronavírus fechou uma fábrica em Yamachiche, Quebec, segundo a porta-voz do sindicato Anouk Collet. “Eles não acreditam que a empresa tenha tomado todas as medidas possíveis para mantê-los seguros”, disse ela.

O porta-voz da companhia, Richard Vigneault, disse que a fábrica será reaberta próxima terça-feira com novas medidas, como separação de painéis, máscaras e viseiras.

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