Agosto de arroba gorda para o pecuarista com oferta em mãos

Cotações de bois e vacas para abate continuam dando sinais de aumento em todas as praças pecuárias do País

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Nesta última semana de agosto, o mercado físico do boi gordo registrou ajustes positivos na arroba em diversas regiões brasileiras, sobretudo nas praças de São Paulo, Mato Grosso e nas regiões Norte e Nordeste.

O movimento de alta gradual nas cotações da boiada gorda parece não ter fim: analistas esperam mais uma onda de valorizações no decorrer das próximas semanas, período marcado pelos depósitos dos salários do mês nas contas bancárias de boa parte da população, o que pode ajudar a impulsionar as vendas da carne bovina no mercado varejista, setor que ainda se recupera do tombo ocasionado pela crise da Covid-19 e as inevitáveis medidas de isolamento social adotadas para reduzir os níveis de contaminação entre a população brasileira.


“Com o avanço das vendas no mercado interno e a manutenção de volumes recordes de embarques do produto ao exterior, as plantas brasileiras devem atuar de forma mais firme nos negócios, podendo haver novas elevações nos valores oferecidos para a compra de boiadas”, destaca a IHS Markit.

Especialmente nesta sexta-feira (28/8), o mercado do Mato Grosso do Sul registrou fortíssima elevação nos preços da boiada gorda, conforme apurou a consultoria IHS. Nas praças de Dourados, Campo Grande e Três Lagoas, o boi gordo registrou um aumento diário de R$ 10/@, atingindo R$ 227/@, R$ 229/@ e R$ 229/@, respectivamente (valores a prazo), de acordo com a consultoria. Os preços da vaca gorda também atingiram patamares elevados nesta sexta-feira em grande parte das regiões pecuárias do País (veja relação de preços da arroba em cada praça pecuária ao final desta página).

O principal fator altista continua sendo a enorme escassez de boiadas prontas para abate, reflexo do período de entressafra (baixíssima oferta de bois terminados no pasto) e da menor disponibilidade de animais de confinamento. O quadro de incertezas gerado pelo novo coronavírus atrapalhou a tomada de decisão dos pecuaristas em relação à engorda no cocho. Muitos produtores adiaram as suas decisões sobre o confinamento, o que ajuda a explicar essa falta de boiadas alimentadas com grãos.

Além disso, destaca a IHS Markit, o pecuarista que ainda dispõe de animais gordos para vender prefere operar com cautela, esperando o melhor preço para negociar os seus lotes. Contribui para essa estratégia os altos custos com a compra de animais de reposição e o encarecimento dos preços da ração. “Os produtores posicionam as cotações em patamares elevados de olho nos altos custos com reposição de gado”, relata a consultoria.

Escalas curtas

Na maior parte do País, as escalas de abate atenderem em média, apenas quatro dias úteis, de acordo com levantamento da IHS Markit.  Diante da dificuldade das indústrias em avançar com as escalas, a oferta de carne bovina no varejo diminuiu, o que explica os recentes aumentos nos preços dos cortes bovinos. Para a próxima semana, prevê a IHS, as expectativas apontam para uma maior movimentação nas prateleiras no atacado, em função da entrada de salários de parte da população consumidora e da maior flexibilidade de bares e restaurantes para operação, na medida que as cidades avançam com suas reaberturas depois de um período de isolamento social.

Balanço parcial das exportações

O ritmo dos embarques de carne bovina para o exterior continua bastante acelerado. No acumulado dos primeiros 15 dias de agosto, a média de embarques de carne bovina “in natura” foi de 8,19 mil toneladas/dia, aumento de 33,5% em relação ao mesmo período em 2019. Com este volume, as exportações do produto já totalizam US$ 492,8 milhões no mês, 93,21% do total exportado em agosto do ano passado.

Este bom desempenho dos embarques brasileiros se deve à atuação da China, que ainda se recupera dos impactos da peste suína africana em seu rebanho. “Além do mercado chinês, a política de diversificação de destinos adotada pelo Ministério da Agricultura desde 2019 tem mostrado resultados positivos e o setor de bovinocultura de corte segue se consolidando como player essencial para o abastecimento de alimentos no mundo, principalmente durante o período de pandemia global”, destaca a IHS Markit.

Concorrência entre as proteínas

As três proteínas mais consumidas no Brasil registram alta de preços em agosto, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Porém, as altas das carnes bovina e suína foram mais intensas do que as observadas ao frango.

Com isso, a diferença entre as cotações médias das carcaças suína e bovina frente ao frango inteiro abatido nunca esteve tão ampla, considerando-se a série histórica do Cepea, iniciada em 2004. “Esse momento histórico de expressiva competitividade da carne de frango, por sua vez, tem elevado a liquidez dessa proteína na ponta final da cadeia”, relata o Cepea.

No mercado de suínos, as cotações do vivo têm se elevado de maneira intensa, renovando os recordes reais em alguns Estados, impulsionados pela combinação de oferta restrita e de embarques da carne aquecidos, de acordo com o Cepea. Esse cenário, por sua vez, tem elevado os preços da carne.

O cenário da carne bovina é similar ao da suína, com oferta restrita de animais para a abate e exportações aquecidas. Com isso, a carcaça casada bovina tem se sustentado no mercado doméstico, avalia o Cepea.

Confira as cotações desta sexta-feira, 28 de agosto, segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

boi a R$ 237/@ (prazo)

vaca a R$ 219/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 227/@ (à vista)

vaca a R$ 217/@ (à vista)

MS-C. Grande:

boi a R$ 229/@ (prazo)

vaca a R$ 219/@  (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 224/@ (prazo)

vaca a R$ 219/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 211/@ (prazo)

vaca a R$ 201@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 212/@ (prazo)

vaca a R$ 201/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 214/@ (prazo)

vaca a R$ 206/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 209/@ (à vista)

vaca a R$ 200/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 206/@ (à vista)

vaca a R$ 196/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 231/@ (prazo)

vaca R$ 217/@  (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 229/@ (prazo)

vaca a R$ 217/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 227/@ (à vista)

vaca a R$ 210/@  (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 228/@ (prazo)

vaca a R$ 218/@ (prazo)

MG-B.H.:

boi a R$ 232/@ (prazo)

vaca a R$ 216/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 241/@ (à vista)

vaca a R$ 235/@ (à vista)

RS-P.Alegre:

boi a R$ 210/@ (à vista)

vaca a R$ 200/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 210/@ (à vista)

vaca a R$ 200/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 232/@ (prazo)

vaca a R$ 227/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 236@ (prazo)

vaca a R$ 229/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 228/@ (prazo)

vaca a R$ 219/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 232/@ (prazo)

vaca a R$ 222/@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 230/@ (à vista)

vaca a R$ 220/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 215/@ (à vista)

vaca a R$ 205/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 227/@ (prazo)

vaca a R$ 212/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 232/@ (à vista)

vaca a R$ 212/@ (à vista)

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